Por Edilma Rodrigues
As principais empresas do varejo brasileiro aceleraram sua digitalização, ganharam agilidade e flexibilidade e se tornaram ainda mais resilientes, na recuperação pós-pandemia. A constatação foi feita pelo ranking “300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro”, edição 2022, desenvolvido pela SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), que revela que, em 2021, o crescimento das maiores varejistas foi de 13,2%, acima da expansão de 12,6% registrada em plena pandemia (segundo o IBGE).
A nova edição do ranking mostra que as grandes e médias empresas aprofundaram as transformações iniciadas na pandemia e souberam se reinventar. “Movimentos que já havíamos identificado no ano passado, como a consolidação dos marketplaces, a digitalização do comportamento dos consumidores e o reforço à governança, se solidificaram e passaram a dominar a estratégia dos negócios”, analisa o presidente da SBVC, Eduardo Terra.
O ranking de 2022 mostra que as 300 maiores empresas do varejo brasileiro tiveram, no ano passado, um faturamento bruto de R$ 892,426 bilhões, quase R$ 100 bilhões mais que a edição anterior. O Carrefour lidera a lista, com faturamento bruto de R$ 81,2 bilhões – o equivalente a 9,09% das vendas das 300 maiores. As cinco maiores empresas do Ranking (Carrefour, Assaí, Magazine Luiza, Via e Americanas) somaram um faturamento de R$ 239,761 bilhões, ou 26,86% do faturamento das 300 maiores.
Os dez maiores varejistas do País são:
Segundo o fundador da Varese Retail e vice-presidente da SBVC, Alberto Serrentino, o varejo acelerou sua expansão em 2021, combinando abertura orgânica de lojas e aquisições. Também verificamos um salto na maturidade digital do setor, com ampliação das vendas online, que chegaram a 11% do total”. “O percentual de empresas que vendem online chegou a 75% das 300 maiores, com destaque para o setor de supermercados, que, de 2019 a 2021, saltou de 28% para 61%. Em uma amostra de 55 empresas, a penetração média das vendas online chegou a 34% em 2021, mostrando que a pandemia levou as empresas a abrir novos canais de venda, relacionamento e engajamento”, assinala Serrentino.
A transformação digital já havia entrado no mapa do setor antes mesmo da pandemia, mas a crise aprofundou muito esse processo, que hoje já é parte importante do negócio das empresas. Outro aspecto cada vez mais relevante – e trazido à luz pela primeira vez neste Ranking – é a presença feminina tanto no corpo das empresas quanto nas posições de liderança.
“Os números mostram que tem havido evolução, mas que é possível avançar ainda mais. Questões relacionadas à diversidade, equidade e inclusão se tornam cada vez mais importantes, tanto por uma questão pragmática de inovação quanto por uma exigência dos consumidores”, completa Eduardo Terra.
Números relevantes:
Os principais destaques da edição 2022 do Ranking “300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro” são:
- As 300 maiores empresas faturaram 892,426 bilhões de reais em 2021. Considerando as 209 empresas que divulgaram seus faturamentos brutos em 2020 e 2021, o crescimento anual foi de 13,2%, em linha com o registrado pela Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE)
- O Carrefour é a maior empresa de varejo do País, com um faturamento de R$ 81,2 bilhões, ou 9,09% das vendas das maiores
- As cinco maiores empresas de varejo responderam por 26,86% do faturamento total das empresas listadas no Ranking, somando R$ 239,761 bilhões. A principal mudança no top 5 foi a entrada da Americanas, na quinta colocação
- As dez maiores empresas de varejo responderam por 39,6% do faturamento total das empresas listadas no Ranking, somando R$ 353,461 bilhões
- No total, 95 empresas listadas no Ranking cresceram acima da média do varejo brasileiro e apenas 21 tiveram desempenho negativo em 2020. As líderes do varejo conseguiram responder de forma positiva e impactante aos desafios trazidos pela alta da inflação e os impactos da pandemia na cadeia de suprimentos
- O crescimento absoluto de vendas da Americanas, de R$ 6,5 bilhões, seria suficiente para colocar a empresa entre as 25 maiores varejistas do País.
- A digitalização do varejo continua acelerada. O número de empresas com e-commerce em operação subiu de 162 para 225 (+38,89%) nos últimos dois anos, com destaque para o setor de supermercados, que tem 91 empresas com presença online
- Cinco das dez empresas que mais aumentaram suas vendas em 2021 estão no setor de Moda. A pandemia provocou um represamento do setor no ano anterior e a reabertura das lojas físicas deu novo impulso às varejistas
- O desenvolvimento de marketplaces teve uma evolução ainda maior em 2020, impulsionando a aceleração das vendas online em todos os setores do varejo brasileiro. Esse é um fator cada vez mais relevante na evolução do e-commerce e na transformação digital das empresas varejistas
- O setor com maior número de empresas no Ranking é o de Supermercados, com 150 representantes, dos quais quatro estão no top 10 do varejo.
- O setor de Moda, Calçados e Artigos Esportivos, com 38 empresas, é o segundo com maior presença no Ranking, mas somente uma delas está entre as 15 maiores do varejo
- Dezoito das 300 empresas listadas possuem mais de mil lojas, como nas duas edições anteriores deste Ranking. Cinco delas estão entre as 10 maiores em faturamento
- O Grupo Boticário é a empresa com mais lojas no Brasil, seguida por Cacau Show, McDonald’s, Raia Drogasil e Americanas. A tônica é a forte presença do sistema de franquias como modelo de expansão, proporcionando oportunidades para crescer com capital de investidores-empreendedores
- As 50 empresas líderes em faturamento por loja são supermercadistas, lideradas por Andorinha, Higa e Trimais. Empresas com poucos pontos de venda, mas com uma relevância enorme nos micromercados onde atuam
- Das 300 varejistas listadas, 45 são de capital aberto, três a mais que na edição anterior do Ranking. Embora sejam apenas 15% das empresas, elas respondem por 44,25% do faturamento total das 300 maiores empresas. O setor de Moda, Calçados e Artigos Esportivos é o que tem mais empresas de capital aberto (13 empresas).
As 281 empresas listadas no Ranking deste ano e que têm números de lojas comparáveis entre 2020 e 2021 somam 68.997 pontos de venda, um avanço de 7,65%. O setor voltou a avançar, depois de um ano de incertezas.
A empresa que mais aumentou sua base de lojas foi o Grupo Soma, que multiplicou em 4x sua presença física com a incorporação da Hering e se fortaleceu como consolidadora no varejo de Moda. Cinco das 10 redes que mais abriram lojas em 2021 atuam no sistema de franquias.
No total, 180 das 300 empresas aumentaram sua base de lojas em 2021, contra 139 no ano anterior. Definitivamente, 2021 foi um ano bem mais positivo para a expansão do varejo brasileiro.
O estudo, disponível para download no link, é fruto de um profundo trabalho de pesquisa, coleta de dados e análise realizado pela SBVC com apoio técnico da BTR-Educação e Consultoria, Varese Retail, Centro de Estudo e Pesquisa do Varejo (CEPEV – USP) e Käfer Content Studio.
Com informações da assessoria de imprensa