Mesmo com um recuo de 0,41% registrado entre os meses de novembro e dezembro, o número de devedores no Brasil chegou ao final do ano passado a 58,3 milhões de pessoas. Este volume corresponde a 39% da população adulta do país. Os dados foram revelados nesta semana pelo SPC Brasil. A entidade informou também que durante os 12 meses cerca de 700 mil consumidores ingressaram na lista de negativados. No ano anterior a situação havia sido ainda pior, pois este número havia sido de 2,5 milhões de pessoas.
As explicações do SPC Brasil mostram que a redução dos índices de endividamento está relacionada mais a fatores sazonais e mudança de comportamento do consumidor do que a uma recuperação da economia. A entidade afirma que o movimento de novembro e dezembro, por exemplo, é típico da época. Os dois últimos meses do ano concentram os pagamentos de direitos como o décimo terceiro e a entrada desse recurso é uma oportunidade para o consumidor com dívidas quitar seus débitos.
Já a inclusão de um menor número de indivíduos nos cadastros de negativados pode ser explicada pelo cenário de recessão da economia, que reduziu a capacidade de pagamento das famílias diminuindo consequentemente a disposição para a tomada de crédito.
As dívidas bancárias, que contemplam atrasos no cartão de crédito, financiamentos, empréstimos e seguros, cresceram 0,78%. Em termos de participação, os bancos concentram a maior parte das dívidas do país: 48,26%. Em seguida, aparecem o comércio, com 20,04% desse total; o setor de comunicação (13,07%) e o de água e luz, concentrando 8,55% do total de pendências.