Por Edilma Rodrigues
A população brasileira está envelhecendo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, um quarto dos brasileiros – 54 milhões – tem 50 anos ou mais. Até 2050, a previsão é que 43% da população estejam nessa faixa etária, o que corresponde a 98 milhões de pessoas. No Agibank, a proporção de clientes com 50+ é ainda maior. Da base atual, superior a 2,6 milhões de correntistas, mais de 50% têm acima de 50 anos e, ao contabilizar os que recebem salário na instituição, esse percentual avança para 80%. A estratégia do banco de alfabetizar financeira e digitalmente esse público parece surtir bons resultados.
“A gente realmente olha no olho, orienta e ajuda o cliente a abrir a conta, usar o aplicativo, sacar dinheiro – e com isso a nossa taxa de digitalização desse cliente também aumenta muito, perfomando na casa de 45% enquanto a média de mercado fica em 8% nesse recorte,” finaliza o diretor negócios do Agibank, Glauber Marques Correa.
A aposta do banco nesse público tem como principais pilares a alfabetização financeira e digital, além de serviços especializados. O objetivo, segundo Correa, é para que eles tenham mais autonomia e capacidade para gerenciar a sua vida financeira, uma vez que essas pessoas, especialmente quando estão nas menores faixas de renda, não encontram no mercado uma proposta de valor adequada. “Em termos de inclusão digital, eles também são deixados de lado,” enfatiza.
O executivo comenta que essas pessoas ficam à margem nas grandes instituições financeiras e distante do apelo dos bancos que atuam 100% no digital. O público 50+ conserva “uma característica bem específica: a necessidade de ajuda, de assessoramento para dar conta da vida financeira e do uso dos canais de atendimento. Entendemos que somos capazes de oferecer uma experiência única para esse cliente, unindo experiência física e digital, relacionamento de longo prazo e soluções construídas a partir das suas necessidades,” assinala.
Recentemente, o Agibank promoveu um hackathon aberto para a comunidade para pensar em soluções focadas na digitalização e alfabetização financeira dos 50+. “Em breve a ideia vencedora estará no ar,” conta o diretor.
Estratégia: portfólio aderente aos mais velhos
Para o Agibank, o cliente 50+ só vai permanecer na instituição se a proposta de valor for aderente. “É por isso que estamos ampliando o portfólio e oferecendo soluções cada vez mais pensadas para os 50+. Também entendemos que o nosso modelo de atendimento, baseado no relacionamento, é um diferencial importante, pois essas pessoas querem atenção, querem espaço para conversar, serem ouvidas,” argumenta Correa.
O banco também se tornou pagador de benefícios junto à DataPrev, a maior folha de pagamentos da América Latina, uma porta de entrada importante para atração desse público.
Serviços dedicados ao público 50+
O Agibank explica que, de um modo geral, todos os seus produtos e serviços possuem características aderentes aos 50+, no entanto, continua a investir para alcançá-lo de forma mais efetiva. O novo seguro de vida, por exemplo, reembolsa despesas de farmácia mensalmente. Seu app teve toda a experiência repensada para atender extremos: ser simples e fácil tanto para os jovens como para os maduros.
Outra ação foi o lançamento da primeira loja conceito da marca, aberta em julho em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, totalmente voltada para os 50+. A loja veio com a proposta de ser uma antiagência, sem porta giratória ou gerenciador de filas para mostrar que a experiência de atendimento presencial não precisa de burocracia. Além disso, ela oferece uma jornada paperless, 100% digital. “A gente sempre diz: não importa o canal pelo qual o cliente nos acessa. No final, queremos a melhor jornada pra ele, digital e sem fricção,” afirma Correia.
“Para o futuro, a intenção é avançarmos na construção de uma plataforma one stop shop para os 50+, de modo que tenham acesso ao maior número de serviços do qual necessitam, além dos financeiros,” informa o executivo.
O banco avalia que sua estratégia omnichannel também é aderente aos 50+, com pontos de atendimento – quase 700, em todo o Brasil – mecanismos importantes, segundo o Agibank, para prestar o assessoramento financeiro que eles tanto precisam.