Trademap mostra que BTG superou o Bradesco no valor do mercado
A semana foi marcada pela divulgação do resultado do segundo trimestre em diversas instituições financeiras, com destaque para o BTG Pactual (BPAC11), que apresentou números recordes de receita e lucro líquido, além de ter atingido um valor de mercado de 155,52 bilhões de reais – o que resultou em ultrapassar o Bradesco (BBDC4), com 155,47 bilhões de reais. O Itaú Unibanco (ITUB4) continua liderando como o maior banco por valor de mercado, com 254,46 bilhões de reais. A constatação foi feita por especialistas com apoio da plataforma do TradeMap.
No balanço semestral do BTG, o banco registrou uma receita total de 10,2 bilhões de reais, alta de 16% frente aos primeiros seis meses de 2022. O lucro líquido ajustado cresceu 14% no período, para 4,8 bilhões de reais. Já nos dados do segundo semestre, foi 5,4 bilhões de reais em receitas – avanço de 21% na comparação anual – e 2,6 bilhões de reais em lucro líquido no período – aumento de 18% sobre o 2T22. O retorno ajustado sobre o patrimônio líquido (ROAE) foi de 22,7% no segundo trimestre, o maior nível desde 2015.
“Encerramos mais um trimestre com recordes de receita e lucro líquido em um ambiente macroeconômico desafiador, o que demonstra a resiliência e diversificação do nosso negócio”, celebra Roberto Sallouti, CEO da instituição. “Nossa captação líquida de 61 bilhões de reais no trimestre demonstrou mais uma vez a qualidade das nossas franquias e dos nossos parceiros, atingindo a marca de 1,4 trilhão de reais de ativos sob gestão e administração”, completa.
A área de Investment Banking reportou receita de 306 milhões de reais. O banco também manteve a liderança nos mercados de ECM e M&A no Brasil e América Latina.
Já a área de Corporate & SME Lending apresentou recorde de receita de 1,3 bilhão de reais no período, crescimento de 46% na comparação anual. A forte expansão do portfólio de crédito, que atingiu 153,8 bilhões de reais – avanço de 31% em relação ao segundo trimestre de 2022 – foi impulsionada principalmente pela carteira de grandes empresas.
A área de Sales & Trading também teve crescimento de 44% em comparação ao segundo trimestre do ano passado, e 27% frente ao primeiro trimestre deste ano.
Visando o crescimento contínuo e a promoção do mercado de carbono, o BTG anunciou a aquisição de participação minoritária na Systemica, empresa brasileira que estrutura, desenvolve e comercializa projetos de carbono e outros ativos ambientais, além de ter estruturado e distribuído 1,1 bilhão de dólares em títulos verdes e sustentáveis. Em julho, o banco firmou Joint Venture com a Senior Sistemas e passará a oferecer produtos e serviços financeiros para pessoas jurídicas conectadas ao ERP.
Mercantil
O Banco Mercantil (B3: BMEB3, BMEB4), instituição financeira com foco no público 50+, anunciou os resultados do 2º trimestre de 2023 também com recordes: 100,2 milhões de reais de lucro líquido no período, crescimento de 108% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Outros bons índices para o período foram registrados no crescimento da base de clientes, aumento da carteira de crédito e na estabilidade da inadimplência.
De acordo com Gustavo Araújo, CEO da instituição, o resultado demonstra a eficácia das estratégias da instituição e o comprometimento para gerar resultados sustentáveis. “Esse resultado também é explicado pela execução disciplinada com um dos nossos objetivos, que é ser o melhor ecossistema de serviços financeiros para o público com 50 anos ou mais. O Banco cresceu em todas as linhas de negócios, como a base de clientes gerais e a comercialização de algum tipo de produto como créditos, seguros, assistências e cartões”, completa.
A carteira de crédito chegou a 12,7 bilhões de reais no período, com crescimento anual de 28%, sendo composta majoritariamente por empréstimos consignados, totalizando 7 bilhões de reais. Além disso, a modalidade saque aniversário do FGTS registrou a marca de 2,5 bilhões de reais. As duas modalidades representam 75% da carteira de crédito do Banco Mercantil.
O segundo trimestre encerrou com novo recorde para a base de clientes engajados com o banco: 7,2 milhões e aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior. Outro destaque foi a inadimplência no 2T23, que se manteve estável no trimestre em 2,8%.
Já a receita de prestação de serviços (seguros, cartões, tarifas, entre outros), chegou a 140 milhões de reais no período, aumento de 39% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O trimestre registrou o total de 195 mil clientes ativos com algum tipo de assistência, aumento de 343% em relação ao mesmo período do ano passado.
BB
Enquanto isso, o Banco do Brasil bateu recorde de ganhos nos seis primeiros meses do ano, com lucro líquido ajustado de 17,3 bilhões de reais, crescimento de 19,5% em relação ao mesmo período do ano passado.Apenas no segundo trimestre, o lucro líquido ajustado alcançou 8,8 bilhões de reais, resultado 11,7% acima do mesmo trimestre de 2022 e 2,8% acima do trimestre anterior.
Em nota, o BB informou que a melhoria dos lucros decorreu do crescimento da carteira de crédito com uma composição que diminui o risco de inadimplência. O banco também cita a diversificação das receitas (principalmente de serviços) e o controle dos gastos.
Mesmo com a manutenção da Taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano nos seis primeiros meses do ano, a carteira de crédito ampliada encerrou junho em 1,045 trilhão de reais, 13,6% acima do registrado em junho de 2022 e 1,2% acima do observado no fim do primeiro trimestre.
De acordo com o BB, parte da melhoria decorre do crescimento do crédito com a manutenção do índice de inadimplência abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional. O índice de operações de crédito com mais de 90 dias de atraso atingiu 2,73%, nível mais baixo que a média do Sistema Financeiro Nacional, segundo o banco.
Na distribuição por segmentos de crédito, a carteira pessoa física ampliada cresceu 10% em relação a junho do ano passado e 0,6% em relação a março deste ano. O destaque foi o crédito consignado (+2% no trimestre e +9,3% em 12 meses).
Em relação ao crédito para empresas, a carteira pessoa jurídica ampliada expandiu 10,4% em 12 meses e 2,5% no trimestre. Os melhores desempenhos foram registrados na carteira para micro, pequenas e médias empresas. O crédito para o agronegócio encerrou junho com saldo de 321,6 bilhões de reais, uma alta de 22,7% sobre junho do ano passado.
As receitas de prestação de serviços no primeiro semestre subiram 6,8% em comparação com o mesmo período de 2022. O crescimento foi influenciado pelos segmentos de consórcios, seguros, previdência e capitalização.