A confiança de que o blockchain consegue suportar o volume de transações realizados atualmente pelos grandes bancos é uma das maiores preocupações das instituições financeiras neste momento. A revelação aconteceu durante o painel “Blockchain e distributed ledger no ecossistema financeiro – Bancos, meios de pagamentos, fintechs e afins” realizado ontem (20) no Blockchain View. Com a moderação de Dorival Dourado, da Centria, a discussão teve a participação de George Marcel Smetana (Bradesco), João Paulo Oliveira (Foxbit) e Adilson Fernandes da Conceição (Itaú).
Os representantes dos bancos revelaram que a tecnologia é acompanhada de perto pelos presidentes, pelos membros dos conselhos e pelos principais executivos das instituições. Tanto o Bradesco quanto o Itaú possuem equipes de inovação com membros dedicados a acompanhar o desenvolvimento, estudar os cases e disseminar as informações a respeito do tema junto aos colaboradores. A própria Febraban tem um grupo de discussão sobre blockchain que se reúne com frequencia e conta com representantes de todos os bancos.
O lançamento de produtos em escala comercial, baseado na tecnologia, ainda não tem previsão para acontecer. Adilson Conceição, do Itaú, revelou que existem alguns gaps de funcionamento que estão sendo avaliados, mas que o principal entrave é a quantidade de transações. “Os cases que conseguiram os maiores volumes operando com blockchain ainda estão muito longe da realidade de um grande banco. Sabemos que isto será resolvido. Existe muito recurso financeiro sendo investido e muito capital intelectual direcionado para isto”, disse.
George Marcel Smetana chamou a atenção para a interoperabilidade entre os consórcios de desenvolvimento de blockchain. “Creio que eles não vão necessariamente convergir, mas com certeza irão se falar”, disse.
Já João Paulo Oliveira (Foxbit) alertou as startups com relação à necessidade de serem rápidas na detecção das oportunidades e oferta de soluções. “É preciso aproveitar o quanto antes os gaps de eficiência apresentados pelos grandes bancos”, disse.