Por Edilma Rodrigues
Se o roubo de celulares trazia prejuízos às pessoas pelo valor do aparelho e, muitas vezes, pela perda de fotos e arquivos, agora os danos podem ser muito maiores, com a retirada de todo o dinheiro das contas bancárias. Vários casos foram reportados em São Paulo, onde quadrilhas especializadas conseguem quebrar tokens, senhas, inclusive com biometria, e acessar os aplicativos de bancos.
Como funciona o golpe
Muitos roubos ocorrem em vias públicas durante o uso do celular pelas pessoas. Dessa forma, os criminosos têm acesso ao celular já desbloqueado e, a partir daí, fazem pesquisas no aparelho buscando por senhas eventualmente armazenadas pelos próprios usuários em aplicativos e sites. De posse dessas informações, tentam ingressar no aplicativo do banco.
Nem todos os bancos ressarcem os prejuízos
O delegado Roberto Monteiro, responsável pelos distritos da Polícia Civil na região central de São Paulo, em entrevista à Folha de S. Paulo, disse que os bancos não têm ressarcido valores quando é utilizada a senha pessoal. Eles falam o seguinte: “a obrigação dos clientes é guardar a senha. Se vazou, é porque a pessoa foi displicente na guarda”.
Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informa que os aplicativos dos bancos contam com o máximo de segurança em todas as suas etapas, desde o seu desenvolvimento até a sua utilização. “Portanto, não existe qualquer registro de violação da segurança desses aplicativos, os quais contam com o que existe de mais moderno no mundo para este assunto. Além disso, para que os aplicativos bancários sejam utilizados, há a obrigatoriedade do uso da senha pessoal do cliente.”
Procon-SP se reúne com bancos e outras empresas
Em razão dos casos de furtos e roubos de celulares para realização de golpes bancários, como transferências, empréstimos, entre outras transações em nome da vítima, o Procon-SP tem buscado meios para tentar proteger o consumidor dessas fraudes. E, após se reunir com operadoras de telefonia, bancos, plataformas Apple e Google para tratar de mecanismos de segurança e medidas preventivas, ficou definido que, em breve, será disponibilizada uma central com as orientações que o consumidor deve seguir nesses casos. O Procon-SP analisa com os diferentes setores a melhor forma de implementá-la.
A entidade informa ainda que uma das maneiras de prevenir o problema é apagar o dispositivo de celular para impedir que o criminoso tenha acesso a ele. Se o consumidor tiver o seu smartphone roubado ou furtado, é necessário agir rápido. Veja o passo a passo aqui.
A vítima deve procurar por um celular ou computador disponível e, para modelos Android, digitar android.com/find; em seguida colocar seu login e senha; e clicar em Limpar Dispositivo. Para modelos da Apple – plataforma IOS, o consumidor deve digitar Icloud.com; em seguida digitar seu login e senha e clicar em Buscar iPhone e, após, Apagar iPhone.
Se roubaram o seu celular, em pouco tempo uma quadrilha vai aplicar golpes na sua conta bancária e te causar prejuízos enormes. Não espere! Defenda-se. Não há tempo para você informar seu banco, corra para o primeiro celular ou computador e apague os dados do seu celular para que o bandido não possa aplicar o golpe, alerta o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez.
A Febraban também fez recomendações para evitar o golpe:
– Usar sempre o procedimento de bloqueio da tela de início do celular;
– Nunca utilize o recurso de “lembrar/salvar senha” em navegadores e sites;
– Jamais anotar senhas de acesso ao banco em blocos de notas, e-mails, mensagens de WhatsApp ou outros locais em seu celular;
– Não repetir a senha utilizada para acesso ao seu banco para uso em quaisquer outros aplicativos, sites de compras ou serviços na internet;
– Jamais anote a senha, memorize-a para o uso.
Adicionalmente, sempre que seu celular for roubado, o cliente deverá:
– Notificar imediatamente o seu banco para que as medidas adicionais de segurança sejam adotadas, especialmente o bloqueio do app do banco e senha de acesso;
– Avisar à operadora de telefonia para o bloqueio imediato da linha
– Registrar o Boletim de Ocorrência junto à autoridade policial.
Com informações do Procon, Febraban e Folha de S. Paulo