Por Edilma Rodrigues
Ir presencialmente ao banco para assinar documentos ou para liberar aplicativos digitais são as principais razões pelas quais os brasileiros apontam os serviços bancários e financeiros como campeões em burocracia para comprovação de identidades. Nove em cada dez pessoas já passaram por alguma dificuldade para provar quem são junto a instituições desse segmento, sendo que 85% afirmaram ter perdido tempo e 71%, ter prejuízos financeiros.
Para se ter uma ideia, 35% dos entrevistados relataram situações como deixar de pedir um empréstimo em razão da quantidade de documentos solicitados e 46% disseram ter arcado com juros por não conseguirem pagar uma conta em dia, também em razão de ausência de documentos.
Os dados são da pesquisa “Qual o custo de provar que você é você”, encomendada pela Unico, empresa de identidade digital, ao Instituto Locomotiva, que ouviu, em abril e maio, 1.561 pessoas das classes ABCD, em todo território nacional, com 18 anos ou mais e acesso à internet.
De acordo com o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a pesquisa evidenciou que a burocracia afeta o cotidiano da grande maioria da população, de todas as idades e classes econômicas, e muitos desistem de utilizar serviços financeiros por excesso de complexidade. “A burocracia nos procedimentos adotados pelos bancos ainda é uma barreira muitas vezes subestimada para o aprofundamento da bancarização dos brasileiros. A tecnologia precisa estar a serviço da simplificação e da inclusão financeira dos que têm maior dificuldade ao lidar com essa complexidade”, comenta.
Para 89% dos brasileiros o aumento do uso de identidade digital, sem a necessidade de documentos físicos, pode reduzir burocracias. “A identidade digital já contribuiu para impulsionar a bancarização de milhares de brasileiros nos últimos anos, e agora pode ser a base para a próxima revolução, trazendo mais conveniência e segurança para autenticar transações do dia a dia, como confirmar pagamentos e transferências, incluindo no uso do PIX, transações bancárias de valores mais altos e até pagamento com face em loja física”, pontua o cofundador e VP executivo da Unico, Paulo Alencastro.
A pesquisa avaliou dez situações cotidianas relacionadas a bancos para mensurar a incidência e impacto sobre a vida dos brasileiros, em termos de tempo e gastos desnecessários, para comprovação da identidade. Quem utiliza apenas bancos digitais teve menor exposição às situações que representam entraves para comprovação da identidade.
Alguns dos principais achados da pesquisa:
- 72% tiveram que ir ao banco para liberar cartão de crédito ou cadastrar o celular para conseguir usar o aplicativo. Este número sobe para 78% para aqueles que têm conta em bancos tradicionais
- 71% tiveram que ir presencialmente ao banco só para levar, assinar ou solicitar documentos
- 60% tiveram o cartão de débito ou crédito bloqueado por errar a senha
- 60% tiveram o aplicativo do banco bloqueado por errar a senha
Fraudes e Golpes
Se de um lado os brasileiros encontram dificuldade para provarem quem são, 43% afirmaram já terem sofrido fraudes financeiras relacionadas ao uso indevido de suas identidades ao longo da vida. O percentual é reduzido para 21%, ao analisar o período de 12 meses
- 25% sofreram alguma fraude/ golpe em que uma pessoa se passou por outra para enganar o cliente
- 24% tiveram o cartão clonado
- 20% sofreram fraude/ golpe em que outra pessoa se passou por ela
- 17% tiveram alguém que fez um cartão de crédito, abriu uma conta, solicitou um empréstimo, fez um crediário em seu nome
A pesquisa também perguntou sobre a percepção de tempo e dinheiro perdidos pelas pessoas ao passarem por situações de fraudes. 80% dos entrevistados afirmaram que perderam tempo por ter o cartão clonado, 73% porque sofreram fraude ou golpe de outra pessoa tentando se passar por ela e 68% porque uma pessoa se passou por outra pessoa para tentar enganá-las.
Em relação ao dinheiro perdido em situações de fraudes bancárias, 64% disseram que perderam dinheiro porque sofreram fraude ou golpe de outra pessoa tentando se passar por ela, 57% por uma pessoa se passando por outra pessoa e 56% por terem o cartão clonado.
A pesquisa “Qual o Custo de Provar que você é você” mostrou, ainda, que para 84% dos brasileiros, tecnologias de reconhecimento facial e biometria poderiam reduzir fraudes e golpes.
“Os avanços nas tecnologias de reconhecimento facial permitem identificar se a pessoa está diante da câmera do celular naquele momento, e não utilizando fotos antigas ou bonecos. A prova de vida é realizada com interação, dificultando, ainda mais, qualquer tentativa de golpe”, finaliza Alencastro.
Com informações da assessoria de imprensa