Nova plataforma é um ‘chassi’ para realizar a desmaterialização do pagamento bancário no Brasil

Durante o painel que discutiu as mudanças e os benefícios trazidos pela Nova Plataforma de Cobrança (NPC), realizado ontem (6) no CIAB FEBRABAN, uma das principais constatações foi apresentada pelo Superintendente Geral da CIP, Joaquim Kavakama. Ele disse ver a NPC como um chassi que pode desencadear um processo de desmaterialização total dos pagamentos bancários no país. “Com a NPC não haverá mais a necessidade de impressão dos boletos”, declarou.

Segundo ele, antes mesmo das mudanças, o boleto bancário brasileiro já era usado como case de sucesso internacional. “A União Europeia e os EUA discutem, por exemplo, como ter uma cobrança melhor para pequenas e médias empresas. No Brasil não temos esta discussão”, refletiu. Ele informou que a CIP está preparada para realizar um total de 200 milhões de transações online por dia com a NPC, o que significa um montante superior a três mil transações por segundo.

O Gerente Executivo da Diretoria de Soluções Empresariais do Banco do Brasil, João Carlos Pinto de Mello, disse que atualmente, cerca de 20% dos boletos são pagos após a data de vencimento no Brasil. Isto faz com que R$ 86 bilhões por ano transitem entre as instituições financeiras.

“Imaginem um senhor de 78 anos que voltou de viagem e se depara com um boleto que venceu há três dias. Ele tem que fazer contato com o beneficiário para saber se pode pagar aquele mesmo documento ou se tem que trocar. Depois precisa saber qual o valor. Ai o boleto foi emitido por um banco que ele não é correntista. Então ele tem que sacar o dinheiro no seu banco, ir ao outro e liquidar aquele boleto. Corre o risco de andar com dinheiro pelas ruas. Isto sem falar em todo o desconforto e tempo perdido com todo este tramite”, disse.

Segundo Mello, com a NPC tudo isto vai ser eliminado. “O sistema vai calcular e informar os encargos e o valor. O cliente vai poder pagar em qualquer canal de atendimento de seu próprio banco e ainda vai ter a certeza de estar pagando para o destinatário correto”, disse.

Segundo o Head of Cash Management Product Team do Banco Santander, Henrique Chitman, a NPC tem como foco resolver algumas questões como fraude, inconsistências e rastreabilidade, por exemplo. “Agora o banco vai identificar o boleto. Não vai mais acontecer de alguém interceptar o documento na porta de sua casa e mudar o código de barras para endereçar o valor ao destinatário incorreto. Ao passar o código de barras o banco pode conferir se o pagamento está sendo feito ao destinatário correto”, disse.

Outro diferencial será a velocidade para resolver as pendências. “Hoje em dia o emissor do boleto pede sete dias para enviar porque tem que ser impresso e mandado pelo Correio. Com o novo sistema tudo pode ser feito online e enviado no mesmo dia”, declarou.

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