As disputas internas do bitcoin parecem não ter fim. Os mineradores ameaçam dividir a criptomoeda mais uma vez. A data prevista para esse novo fork (bifurcação) é em novembro. Para o sócio diretor da Foxbit, Felipe Trovão, a principal disputa é política: “tentar medir quem manda no bitcoin. Mas, na verdade, ninguém manda,” avalia e acrescenta: “existe, sim, a ameaça de haver esse fork, mas não há nada definitivo. A ameaça está cada vez mais real e talvez haja uma nova divisão da moeda.”
O debate se estende há anos e expõe a discordância de membros desse ecossistema quanto ao aprimoramento da tecnologia. Como o bitcoin não tem dono, não existe uma governança centralizada e se trata de um software livre, qualquer grupo pode clonar a rede e começar uma nova moeda a partir dali. As correntes mais importantes são o Bitcoin Core, formado pelos principais programadores, que começaram a desenvolver logo após a criação da criptomoeda e da blockchain. E os mineradores, que propõem a adoção do SegWit2x, cuja principal proposta é dobrar o tamanho dos blocos.
De acordo com Trovão, em geral, a maioria dos usuários gosta mais do Core e o segue. “Os programadores são mais experientes e, normalmente, a comunidade tem muita confiança neles. Os mineradores querem medir forças com o pessoal que desenvolve o software,” explica.
Para quem não se lembra, o primeiro hard fork do bitcoin aconteceu em primeiro de agosto, o Bitcoin Core adotou o Segwit (Segregate Witnesses) e houve a divisão que criou o Bitcoin Cash. Agora, os mineradores planejam habilitar o SegWit2x no bloco 494.784, o que pode criar mais uma versão da blockchain do bitcoin. A informação é da CoinDesk, que teve acesso a uma cópia do anúncio, intitulado “Upgrade Bitcoin no Bloco 494.784”.