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Mulheres trabalham mais e ganham menos na área de finanças, indica pesquisa

Estudo da FGV EAESP  divulgado na semana passada analisou a desigualdade de gênero no mundo das finanças e constatou que as mulheres são sub-representadas no setor de finanças brasileiro, tanto em nível de cargos quanto em remuneração. O estudo também aponta formas de mudar esse cenário.
“Podemos constatar que mulheres trabalham mais e são menos remuneradas em comparação aos homens dentro do mercado financeiro no Brasil”, afirma a coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGVcef), Claudia Yoshinaga.
Para realizar a pesquisa, foi aplicado um questionário a 214 pessoas que atuam no mercado de finanças brasileiro, a fim de entender os desafios para a participação feminina nessa área. Entre os participantes, 39,25% foram mulheres, contra uma participação masculina de 60,75%.
O estudo encontrou que as mulheres estão no topo somente nos cargos mais altos, como sócia ou diretora. Nos demais, desde a estagiária até a superintendente, não havia mulheres com maior remuneração que os homens ocupando o mesmo cargo.

Crescimento profissional

Além de menos representatividade e menos remuneração, as mulheres também costumam enfrentar mais dificuldades quando o assunto é crescimento profissional dentro desse setor. Entre os participantes da pesquisa, aproximadamente 30% estavam no cargo de analista, outros 6,5% como estagiários, 13% associados, 15,9% gerentes, 7% superintendentes, 8,4% diretores, 2,8% vice-presidentes e 11% eram sócios.
Apesar da distribuição entre os analistas ser quase a mesma, quando se trata de cargos mais elevados, a participação feminina cai drasticamente, com mulheres ocupando apenas 7% dos cargos de liderança. “Mulheres são minoria no topo da carreira financeira e lidam com um duplo teto de vidro: alcançar posições gerenciais e cargos com remunerações mais altas”, ressalta Yoshinaga.
Para ela, ante toda a desigualdade, chama a atenção ainda o fato de, mesmo sendo minoria na área, as mulheres que participaram da pesquisa afirmaram trabalhar cerca de 60,4 horas por semana; uma jornada média maior em comparação aos homens, que somam 57,8 horas no mesmo período.

Questão cultural

Outro tipo de desigualdade no setor está associado às subáreas do mercado de finanças, nas quais os homens são maioria em Asset Management, área responsável por administrar e investir o patrimônio de uma pessoa ou empresa. Comercial, vendas, tecnologia da informação e investimentos são outros exemplos dessa área que possuem a maioria dos profissionais homens.
“As únicas subáreas em que mulheres são a maioria são aquelas relacionadas a funções administrativas e de apoio, onde as mulheres representam 10,7% contra 5,4% da parcela masculina entrevistada nesta pesquisa”, destacou a professora.
Para ela, essa realidade constatada está relacionada com um longo histórico de machismo que perpetua na sociedade há gerações e afasta as mulheres das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
“Este é um peso cultural das mulheres, elas são tolhidas desde a infância e, por mais que tenhamos melhorias nos últimos anos, é preciso entender que isso se trata de quebrar o sistema de forma transgeracional. Por isso, um recorte deste projeto incluía a pesquisa sobre a formação de mães e pais das pessoas que atuam na área de finanças, para conseguirmos medir o quanto avançamos e onde estamos no sentido de quebrar esses estereótipos de gênero”, lembrando que o estudo também fez uma revisão de literatura sobre a presença da mulher no mercado de trabalho.

Transformando a realidade

Yoshinaga explica que, devido a toda esta cultura, o mercado de finanças pode espantar mulheres talentosas de adentrar nessa carreira e, para combater isso, é necessário tornar esse ambiente mais convidativo. “Mostrar as nossas conquistas e dizer que temos chance de mudar este cenário talvez sejam os passos iniciais”, disse.
Ela complementa que é necessário criar políticas públicas capazes de fortalecer a presença e o crescimento da figura feminina nessa área. “Em primeiro lugar é preciso estimular a formação de mulheres em finanças, bem como ofertar vagas específicas para mulheres e criar políticas de promoção e remuneração transparentes.”

O artigo na íntegra está disponível no link

(FONTE: Assessoria de Imprensa)

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