Após participar de um evento na Câmara Americana de Comércio (Amcham) na terça-feira (16/02), o presidente da MasterCard Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro Neto declarou à agência Reuters que a bandeira e o Itaú Unibanco continuam empenhados em formar a joint venture em cartões, mesmo após a superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ter recomendado impugnar a negociação.
O executivo teria dito que as duas companhias estão num processo normal de conversas com o regulador. Segundo ele, as empresas já tem uma parceria de 20 anos e a intenção agora seria construir uma joint venture controlada pela MasterCard para administrar uma nova marca de cartões.
Ao se manifestar sobre o assunto em janeiro, o Cade demonstrou preocupação que o negócio crie entraves à concorrência, já que uniria o maior emissor de cartões, uma das maiores credenciadoras, no caso a Rede, do Itaú Unibanco, e uma das maiores bandeiras.
O órgão já havia pedido dados mais detalhados sobre a transação em novembro com receio de que o arranjo crie incentivos que levem a práticas anticoncorrenciais. O prazo legal para a decisão final do órgão é de 240 dias, prorrogáveis por mais 90.
Segundo a nota da Reuters, Paro Neto teria declarado que MasterCard e Itaú Unibanco não vão desistir do negócio e estão atendendo aos pedidos de informação solicitados pelo Cade. O executivo da MasterCard negou que o objetivo do negócio seja ter um concorrente direto para a bandeira nacional de cartões Elo, controlada pelos bancos Bradesco e Banco do Brasil.
