O Itaú-Unibanco prevê que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), será de 3,3%, 0,4% menor que os 3,7% projetados para este ano, em seu relatório anterior. Para 2018, a previsão caiu pouco, de 4,1% para 4%. Segundo o banco, a maior parte da revisão ocorreu nas projeções para alimentação e combustíveis, o que reflete dados mais favoráveis na margem, bem como ajustes no cenário para alguns preços agrícolas e petróleo.
Para o Itaú, a combinação de inflação mais baixa e atividade fraca, deve levar o Bacen a optar por um ciclo mais longo de queda dos juros. “Mantemos nossa projeção de taxa Selic para 8,00% em 2017, mas reduzimos para 7,50% em 2018.” Anteriormente, era de 8%. O banco acredita, diante da elevada incerteza prevalecente no Brasil, em um corte de 0,75 p.p., levando a Selic a 9,5% na reunião de 25 e 26 de julho, em vez de uma redução mais agressiva. Os economistas do banco avaliam que a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de reduzir a meta de inflação para 4,25% em 2019 e 4% em 2020 não terá implicações significativas para a condução da política monetária. No entanto, sinaliza uma eventual convergência para níveis ainda mais baixos de inflação.
O relatório também estimou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,3% para 2017, e em 2,7% para 2018, consistente com uma recuperação gradual em meio à tramitação mais lenta das reformas, cujo avanço, “em particular a da Previdência, poderia levar a uma recuperação mais forte no próximo ano. Por outro lado, a interrupção completa das reformas poderia levar a um atraso adicional da retomada da economia, com crescimento anual menor,” diz o relatório.