O advento das fintails é resultado de grandes vetores de mudança, transformação e aceleração dos serviços financeiros no varejo. Segundo Raul Moreira, coordenador do Comitê de Inovação do Banco Original, “é importante olhar o mercado sobre três dimensões transformacionais que colocam o varejo numa situação extremamente inédita no mercado brasileiro para construir uma dinâmica de oferta de serviços financeiros”.
A primeira dimensão, segundo ele, envolve o novo consumidor, que mudou completamente tanto no acesso às novas tecnologias quanto aceitando novos entrantes no mercado e consumindo produtos e serviços financeiros que não necessariamente estão atrelados às marcas já conhecidas dos antigos ou dos grandes bancos.
Em segundo lugar, vem a regulação. “Toda a agenda do Banco Central está sendo implementada com muita velocidade e isso está trazendo uma série de transformações e uma dinâmica competitiva inédita ao mercado financeiro. Principalmente, ela está provocando a abertura do mercado financeiro para começar a colocar suas plataformas e seus serviços à disposição, inclusive dos varejistas”.
Em terceiro lugar, está a dimensão tecnológica. O 5G vai ser transformacional na oferta de produtos e serviços financeiros; a entrada do blockchain no Brasil de forma muito intensa, vai forçar a tokenização da economia; e o open finance, é transformacional principalmente na questão de concessão de crédito – ainda existe um desafio muito grande ainda de interoperabilidade, mas, olhando no médio prazo, isso vai trazer uma transformação muito grande e o varejo precisa entrar nela”, reforçou.
O tema foi explorado durante painel no webinar Bancos & Varejo. Dentre as tendências de meios de pagamento para o futuro, Raul salientou o poder transformacional do Pix, sem deixar de ressaltar a transformação que o mercado de cartões está sofrendo no quesito digitalização, o que deve melhorar significativamente a experiência do consumidor final. “A gente está vivendo um momento único e transformacional no sistema financeiro. Isso reflete no varejo como uma grande janela de oportunidade”, concluiu.
Fábio Murakami, diretor de produtos financeiros e open payment da Fintech MagaLu, acrescentou que, como varejista, é preciso estar muito atento às mudanças de produtos financeiros. “Se antes tínhamos o cartão de crédito, carnê e empréstimos, isso vai deixar de existir na perspectiva do cliente. Ele quer crédito, mas vai consumir de uma forma diferente, mais intuitiva. Então, todo o processo de oferta e de seleção vai mudar muito”, completou.
Ainda nesse caminho, o executivo da chamou a atenção para a junção de meios de pagamentos, em especial a carteira digital e os programas de benefícios. “Se os varejistas ainda não têm uma estratégia relacionada a meios de pagamentos e programas de benefícios, convido-os a conhecerem essas empresas e criarem parcerias; se mover, porque esse mercado vai mudar muito rapidamente, em especial a forma de pagar e a forma de trabalhar benefícios”, finalizou.
Para concluir, Raul apontou uma outra tendência, já apontada pela Febraban: a unificação de features de cobrança e pix, o bolepix. “Isso vai facilitar muito a integração e a conciliação financeira para o processo de alavancagem do pix. O cenário do Fábio está muito assertivo e vai vir novidades a respeito disso aí”, afirmou.
“Nunca foi tão propício o varejo efetivamente começar a pensar de uma forma mais séria, mais profunda, na oferta de serviços financeiros, principalmente por meio de parcerias com instituições financeiras, com instituições de pagamento e fintechs. O mercado vai se fragmentar nesse processo de oferta e, obviamente, os varejistas não podem ficar de fora”, finalizou.
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Editorial: Bancos, varejo, Pix etc. e tal
Insight 1 | Fintail: oferta de produtos e serviços financeiros pelo varejo
Insight 3 | Mudanças e aceleração dos serviços financeiros no varejo
Insight 4 | Bancos digitais: muito além dos serviços financeiros
Insight 5 | Artigo: Satisfazer o consumidor é também exercitar a sua saúde financeira
