Em café da manhã com jornalistas ontem (21), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou que ao contrário do que estava sendo divulgado no dia anterior, a equipe econômica não recuou em relação a mudanças no sistema de pagamento de cartões de crédito. De acordo com o ministro, a diminuição de 30 para dois dias no prazo em que as administradoras de cartões de crédito repassam o valor das compras aos lojistas depende apenas de resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) para ser fixada. Segundo Meirelles, o governo espera que os bancos baixem os juros de forma voluntária nos próximos 30 dias. Caso a redução não ocorra, a equipe econômica mudará o prazo, na reunião de janeiro do conselho.
“O cronograma continua rigoroso. As medidas serão tomadas de uma forma ou de outra. O importante é que o custo para o consumidor seja menor. Existe um instrumento do CMN para encurtar o prazo (de pagamento ao lojista). Os bancos definem os juros. Vamos observar a queda. Se ela não acontecer, diminuímos o prazo”, declarou Meirelles.
Na semana passada, ao anunciar o pacote de medidas microeconômicas no Palácio do Planalto, o ministro tinha dito que a definição sairia em dez dias. No café da manhã de ontem, ele esclareceu que se referia apenas à direção que o governo pretende tomar – diminuição voluntária dos juros ou diminuição do prazo – ao informar o prazo de dez dias. “Se os bancos não começarem a baixar voluntariamente os juros, o CMN toma a decisão na reunião de janeiro”, acrescentou.
O ministro disse não acreditar que as administradoras de cartões aumentem os juros em represália a uma eventual diminuição do prazo sem acordo com os bancos. “Acho pouco provável que o sistema financeiro adote qualquer represália contra o CMN e o Ministério da Fazenda. Existe um processo normativo dentro do poder de cada um”, afirmou.