A palestra do chefe-adjunto do departamento de supervisão bancária do Banco Central, Fábio Lacerda foi um dos principais destaques da programação do Blockchain View ontem (20). Sob o tema: “Como as novas tecnologias e iniciativas disruptivas estão sendo tratadas pelo órgão regulador”, o executivo trouxe como principal notícia a informação de que o BC deseja observar o funcionamento prático de soluções apoiadas em Distributed Ledger Technology (DLT), por exemplo, para avaliar se é necessário fazer algum tipo de regulamentação referente ao tema.
Lacerda lembrou que o BC criou um grupo de trabalho de inovações tecnológicas em junho deste ano que reúne profissionais de todos os departamentos para acompanhar o assunto e traçar avaliações de impacto, tanto no sistema financeiro como no sistema de pagamentos, nos níveis micro e macroeconômico.
Ele acredita que o DLT é a tecnologia com o maior potencial disruptivo para a nova era. “Ela torna a fraude mais difícil, traz segurança para o risco cibernético e redução de custos. Não estamos mais numa era de mudanças. Agora estamos na mudança de uma era”, disse.
O diretor do BC afirmou que a pior regulamentação possível é a que vem depois de uma grande crise, um grande prejuízo para a empresa e o cidadão comum. “Quando este tipo de regulamentação acontece ela é estúpida e radical. Por isso recomendo aos empreendedores que acima de tudo busquem a segurança jurídica em suas ações”, afirmou.
Ele encerrou a palestra apresentando a visão atual do BC a respeito do bitcoin e das outras criptomoedas. “Elas não são vistas como a moeda local, mas sim como commodities digitais que exercem a função de moedas”, explicou.