A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgada ontem (12) revelou que a proporção de famílias paulistanas endividadas voltou a subir em março. De acordo com o estudo, o número de pessoas que não terão condições de pagar as contas no próximo mês subiu pelo terceiro mês consecutivo, passando de 8,4% em fevereiro para 8,7% em março. Este é o maior patamar desde outubro de 2006 e é dois pontos percentuais superior ao registrado em março de 2016, quando 6,7% das famílias declararam estar nessa situação.
No mês, 50,2% das famílias declarou ter algum tipo de dívida, alta de 1,7 ponto porcentual (p.p.) na comparação com fevereiro. Em relação a março de 2016, quando essa parcela era de 51,6%, houve queda de 1,4 p.p. Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 1,873 milhão em fevereiro para 1,941 milhão em março.
Segundo a assessoria econômica da Federação, depois do uso dos recursos adicionais do décimo terceiro salário para quitar as dívidas era natural que o número de famílias endividadas voltasse a subir. A entidade ressalta, porém, que este patamar ainda é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, refletindo ainda o conservadorismo dos consumidores que, diante da crise econômica e do receio do desemprego, estão avessos à tomada de crédito.
Na segmentação por renda, o endividamento é maior dentre as famílias que ganham até dez salários mínimos. Para este grupo, o porcentual de endividados em março foi de 54,6%, alta de 1,8 p.p. em relação ao mês anterior, quando 52,8% pessoas estavam endividadas. Para as famílias com renda superior a dez salários mínimos, a proporção de endividados foi de 37,6% em março, alta de 1,7 p.p. em relação a fevereiro (35,9%).