Empreendedorismo, mercado financeiro e tecnologia não são “coisa de homem”

Empreendedorismo, mercado financeiro e tecnologia não são “coisa de homem”

Por Edilma Rodrigues

O mercado financeiro tem passado por uma profunda transformação com a digitalização das instituições tradicionais e o “boom” das fintechs. O segmento ainda é um ambiente predominantemente masculino. A COO e cofundadora do Linker, Banco digital PJ com soluções 100% focadas no empreendedor, Ingrid Barth, avalia que ainda existe uma lacuna para que mais mulheres sejam incentivadas a entrar estrategicamente em negócios ligados a finanças e tecnologia. 

Segundo o relatório “Women in Financial Services”, da Oliver Wyman, em 2003, a representação feminina era de apenas 11% nas diretorias e conselhos consultivos do setor em nível global. “Passados 17 anos, este número subiu para mais de 20%. Um avanço, claro, mas ainda é muito pouco. A triste estatística revela que a desigualdade de gênero no mercado está longe de acabar. Muito por crenças limitantes de que homens são naturalmente bons em algumas coisas e mulheres, em outras”, ressalta o Linker em comunicado.

“Lidar com isso é saber que, em algumas ocasiões, teremos que colocar o dobro do esforço para provar nossa competência e expertise em assuntos considerados de domínio deles”, assinala Ingrid.

A boa notícia é que estão conseguindo provar. Em Wall Street, Jane Fraser é a primeira mulher a se tornar CEO de um grande banco, o Citi Group. No FMI, Kristalina Georgieva é a primeira mulher de um país com economia emergente a se tornar diretora geral e, no Banco Central Europeu, a também pioneira Christine Lagarde. E esses são só alguns exemplos recentes de lideranças femininas que inspiram cada vez mais meninas a acreditar que elas podem ser o que quiserem.

Por aqui, temos a Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, cuja participação na impressionante trajetória do Nubank e seu desenvolvimento acelerado mostram sua capacidade. Sem deixar de mencionar a própria Ingrid que é cofundadora do Linker e que trabalhou, anteriormente, como chefe de PJ na fintech Neon Pagamentos e chefe de novos negócios e parcerias na fintech Foxbit. Ela atua no mercado financeiro há mais de 15 anos, com passagem por bancos internacionais como Santander e JPMorgan. Formada em economia e engenharia civil, com MBA em empreendedorismo e inovação (FIA-USP), é especialista em serviços de tesouraria (JPMorgan University), inovação e Design Thinking (HiveLab SP). Ganhadora da ideia de startup mais inovadora no Fórum de Empreendedorismo (FEA-USP/2016), é também champion do ITU ONU, diretora da ABFintechs e integrante do comitê jovem empreendedor da Fiesp.  

Empreendedorismo financeiro é marcado por estereótipos

Além dos desafios de levar um negócio, o empreendedorismo feminino também é marcado por muitos estereótipos. Levantamentos mostram que mulheres ainda se aventuram mais por segmentos voltados ao varejo, alimentação ou estética. Mas não precisa ser assim. “Quando combinamos que empreendedorismo, mercado financeiro e tecnologia é coisa de homem? Não é. E precisamos empoderar nossas meninas para que elas sejam o que quiserem, para que ocupem todos os espaços”, sinaliza Ingrid.

Infelizmente, a situação da maioria, como mostra o GEM (Global Entrepreneurship Monitor), é que 44% das brasileiras ainda iniciam negócios por necessidade. São mulheres que não conseguiram oportunidades no mercado de trabalho. Algumas não tinham onde deixar seus filhos, outras porque já eram consideradas velhas demais. Os motivos são os mais variados e todos são válidos. Mas, é preciso que haja um esforço coletivo para que as escolhas possam ser feitas por vocação, pela vontade de realizar um sonho. 

A transformação digital também pode ser uma nova possibilidade para construção de novos conceitos e relações, desenvolve confiança e distribuir o poder entre todos os participantes de maneira mais igualitária. E por isso que é também uma grande oportunidade para as mulheres se envolverem de maneira profunda e irreversível. 

“Na nova economia, promovida por essa revolução, precisamos de todos os tipos de especialidades e diversidade, não apenas de quem é de tecnologia. Precisamos de advogadas, de contadoras, economistas, executivas de negócios, jornalistas, psicólogas, e todas as outras especialidades, para nos ajudar a destrinchar a inovação, estudar e pensar em novas leis, novas regras, disseminar a educação e espalhá-la aos quatro ventos. Além de que podemos, temos que mostrar que valemos o mesmo que eles. A disparidade é grande, mas não vai nos impedir de ir adiante” finaliza Ingrid.

Com informações da assessoria de imprensa

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