Por Edilma Rodrigues
Companhias japonesas que atuam no Brasil estão de olho na inovação de startups brasileiras, especialmente dos setores de agritech (22%), tecnologia da informação (13%), fintech e logística (ambas com 9% cada). Entre elas, 26% querem inovar a partir dos modelos de negócios desenvolvidos por essas empresas. E 17% pretendem investir e até adquirir startups ou atuar no codesenvolvimento de produtos e serviços com empresas recém-criadas e rentáveis.
A informação é do relatório do Grupo de Estudos das Empresas Japonesas sobre inovação no Brasil criado em maio último pela Japan External Trade Organization (JETRO) em parceria com as empresas que integram o Grupo de Trabalho de Inovação da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa no Brasil, que reúne 35 companhias que atuam no país.
Porém, o diretor-presidente da JETRO no Brasil, Atsushi Okubo, explica que, apesar do interesse das companhias do Japão em ampliar os negócios a partir das subsidiárias que conhecem bem o mercado local, outras nações têm recebido prioritariamente os investimentos, embora reconheçam a importância brasileira.
Desconhecimento do potencial brasileiro
“Outros mercados acabam por receber investimentos japoneses pelo desconhecimento, muitas vezes, do potencial brasileiro de inovação. Para obter mais apoio, 40% das companhias que compõem o grupo de estudos afirmam que é preciso a matriz enviar seus principais executivos para desbravarem o Brasil, assinala Okubo.
O executivo comenta que os dois países são grandes parceiros comerciais, mas que as relações nessa área de inovação são tímidas. “Nosso papel com a Jetro, como organização de fomento do comércio exterior e investimentos do governo japonês, é diminuir essa lacuna, pois sentimos que há um grande potencial para o incremento de novos negócios, completa.
Em nota, a Jetro reforça que o SoftBank Group já descobriu esse potencial e, por meio do seu fundo de investimento, investiu por aqui em grandes startups como a fintech Creditas, a empresa de ginástica Gympass e as de logística Loggi e Rappi, com valores que chegam a US$ 1 bilhão por rodada de aporte.
Primeiro Grande Encontro de Inovação Aberta Brasil-Japão acontece em SP
Na pesquisa do Grupo de Inovação, a visita ao ecossistema brasileiro para a construção de um networking e a participação em programas de aceleradoras privadas e mesmo de inovação aberta por agências governamentais, respectivamente, foram citados por 41% e 18% dos japoneses como fundamentais para avançar no Brasil. Hoje, temos casos em que as empresas buscam solucionar problemas resultantes dos ambientes de negócios no Brasil, como o Custo Brasil, por meio da inovação, porém, 50% delas priorizam a busca de novos negócios a partir de suas operações locais, diz Okubo.
Para diminuir essa lacuna no ambiente de inovação entre brasileiros e japoneses, a JETRO, em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria Japonesa no Brasil, o Consulado Geral do Japão em São Paulo e a Japan House São Paulo, promovem em18 de novembro o Primeiro Grande Encontro de Inovação Aberta Brasil-Japão. O evento reúne grandes empresas japonesas atuantes na América Latina e tem o objetivo de aproximar e fomentar o diálogo e conhecimento sobre inovação com as corporações, startups brasileiras e seus ecossistemas.
Na programação, painéis de Como e porque inovar no Brasil, com apresentações de André Maciel (Softbank Latin America), Mitsuru Nakayama (CEO da Brazil Venture Capital) e Francisco Jardim (CEO da SP Ventures), e discussões com grupos de empresas japonesas (Sompo Seguros, Mitsui & Co. Brasil e Yamaha Motor do Brasil) e brasileiras, respectivamente, moderadas pela KPMG e Plug and Play Brazil. Haverá ainda o relato de cases da Ambev (Bruno Stefani), Truckpad (Carlos Mira), Checklist Fácil (Maurício Fragoso), Everis NTT Data (Roberto Celestino Pereira) e Caixa (Luis Felipe Bismarchi), além da participação da Associação Brasileira de Startups (Amure Pinho).
A JETRO, com a analista Tatiana Nagamine, aproveita também o encontro para apresentar seus programas de fomento para levar empresas brasileiras ao Japão por meio do Invest Japan. Já o diretor Kenji Kainuma abordará aspectos de propriedade intelectual relacionadas às startups no Japão. O Brasil é um oásis de oportunidades para nós, sobretudo pelo longo histórico de relacionamento econômico e social. Por isso é fundamental termos bons parceiros no país, diz o diretor-presidente da JETRO São Paulo.
Serviço
Primeiro Grande Encontro de Inovação Aberta Brasil-Japão
Data: 18 de novembro de 2019
Horário: das 14h00 às 18h00 (vagas limitadas por meio de confirmações com a JETRO pelo e-mail sao-seminar@jetro.go.jp)
Local: Japan House São Paulo
Endereço: Avenida Paulista, 52, São Paulo
Informações: http://www.jetro.go.jp/brazil/topics/446610.html
Com informações da assessoria de imprensa