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Crédito para pequenos negócios é o principal desafio da economia

Por Edilma Rodrigues

As micro e pequenas empresas (MPE) têm sido fortemente afetadas pelo isolamento social adotado para conter a disseminação do novo coronavírus. Boa parte delas, de portas fechadas, não tem como arcar com seus custos. Se não houver crédito disponível com juros adequados à realidade atual, muitas dessas empresas não terão como sobreviver durante a quarentena. Como salienta o CEO da Octadesk, Rodrigo Ricco: Diante do cenário de incertezas, pequenas e médias empresas são as primeiras a reduzir o quadro de colaboradores, contrair altas dívidas e até fechar as portas.” 

MPEs respondem por 30% do PIB

A importância das micro e pequenas empresas para a economia do País é conhecida e divulgada. Para se ter uma ideia, as MPEs respondem por 30% do valor adicionado ao PIB do Brasil, de acordo com o estudo “Participação das MPE na economia nacional e regional”, elaborado pelo Sebrae e Fundação Getúlio Varga (FGV). Segundo a pesquisa, a força dessas empresas é notada principalmente nas atividades de comércio e serviços (que juntas respondem por 23% dos 30% do PIB). Nesses setores a participação dessas companhias tem ainda mais peso: as MPE respondem por 53% do PIB dentro das atividades do comércio. Na Construção civil, foi observado um crescimento contínuo da participação das MPE no total do valor adicionado, saindo de 43% (em 2014), para 55% do PIB do setor (em 2017).

Pesquisa do Sebrae aponta que bancos estão negando crédito a pequenos

Seis em cada dez donos de pequenos negócios que já buscaram crédito no sistema financeiro desde o início da crise provocada pelo covid-19 tiveram o pedido negado, segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Há também, de acordo com a entidade, bastante desconhecimento dos empresários a respeito das linhas de crédito que estão sendo disponibilizadas para evitar demissões: 29% não conhecem as medidas oficiais e 57% apenas ouviu falar a respeito,” informa a Agência Brasil.

Os dados são da segunda pesquisa O impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios, realizada pelo Sebrae entre os dias 3 e 7 de abril com 6.080 empreendedores de todo o país.

Redução de 75% no faturamento para quase 90% das MPEs 

De acordo com o levantamento, informa a Agência Brasil, além da dificuldade de acesso a crédito, as pequenas empresas também enfrentam queda no faturamento. Cerca de 88% dos empresários consultados viram seu faturamento cair, 75% em média, e a estimativa é que as empresas consigam permanecer fechadas e ainda assim ter dinheiro para pagar as contas por mais 23 dias. A situação financeira das empresas já não era considerada boa mesmo antes da chegada da pandemia: 73% disseram que era razoável ou ruim.

A pesquisa mostrou também que mais de 62% dos negócios interromperam temporariamente as atividades ou fecharam as portas definitivamente. 

Dificuldades na prorrogação de dívidas

A Agência Brasil assinala que, no mês passado, os cinco maiores bancos do país também anunciaram a prorrogação por até 60 dias dos vencimentos de dívidas para clientes pessoas físicas e micro e pequenas empresas. Entretanto, empresas e pessoas físicas têm enfrentado dificuldades para ter acesso a essa pausa e ainda reclamam de juros mais caros em novas operações de crédito. Para o BC, isso acontece pela maior demanda das empresas por determinadas linhas de crédito e pelo maior risco de inadimplência.

Socorro aos pequenos negócios

Mutual lança empréstimo social

A Mutual, fintech que conecta quem precisa de um empréstimo e quem quer lucrar com investimentos diversificados, em parcerias com Sebrae, SumUp, Kinvo e outros parceiros, lança o #invistanopequeno. Trata-se de uma ação de apoio em formato de empréstimo social (1% de juros, com três meses de carência e até R$ 1 mil para MEIs). O objetivo da iniciativa é levar empréstimo para quem está sofrendo nessa crise. “Queremos unir investidores dispostos a fazer a diferença e pequenos empreendedores que precisam de ajuda,” informa o site https://mutual.club/invista-no-pequeno/, que tem todos os detalhes para investidores e MEIs.

Nubank reduz juros e parcela fatura de cartões de crédito 

O Nubank liberou em seu app a opção de parcelamento da fatura em até 12 vezes para os clientes do cartão de crédito da fintech, com juros de 1,9% ao mês. Essa opção vale para aqueles que tiverem suas faturas fechadas a partir do dia 01/04 e que não estejam em atraso. Basta acessar nosso app e fazer o parcelamento por lá. “A nova opção de parcelamento representa uma redução de, em média, 80% nos juros,” informa o blog da empresa.

PicPay isenta taxas de empresas

A carteira digital PicPay passa a isentar taxas de usuários do PicPay Empresas até o fim de abril. “Como ajuda para contenção das consequências dessa crise entre empresas e microempreendedores individuais (MEIs), os usuários do PicPay Empresas terão isenção, até o final de abril, da taxa para recebimento de pagamentos – único encargo cobrado dessa categoria pelo aplicativo,” explica a fintech em nota.

Fundo do Sebrae vai viabilizar financiamentos até R$ 12 bilhões em crédito para MPEs

Nos próximos três meses, o Sebrae vai destinar 50% da sua arrecadação (no mínimo), para ampliar o crédito aos pequenos negócios. Os recursos vão fortalecer o Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (Fampe) e permitir um aumento nas operações de microcrédito com taxas mais baixas, maior prazo e melhor período de carência. A operação de socorro deve começar com R$ 1 bilhão em garantias, o que permitirá a concessão de aproximadamente R$ 12 bilhões em crédito para pequenos negócios. A ação foi anunciada nesta terça-feira (31), na Medida Provisória 932, publicada pelo Governo Federal.

O Fampe viabiliza a garantia necessária às micro e pequenas empresas, atendendo às exigências das instituições financeiras para conceder operações de crédito. O fundo de aval disponibilizado pelo Sebrae pode alavancar empréstimos no valor de oito a 12 vezes o seu patrimônio. O Fampe conta com aproximadamente R$ 470 milhões em recursos disponíveis e, a partir da MP contará com mais R$ 500 milhões para benefício direito aos pequenos negócios.

Senado aprova linha de crédito para MPEs

O Plenário do Senado aprovou por unanimidade nesta terça-feira (7) uma linha de crédito mais barata para as microempresas e empresas de pequeno porte, facilitando assim que os pequenos negócios tenham fácil acesso a crédito em meio a esta pandemia e crise econômica. Os recursos chegam ao patamar de R$ 13,6 bilhões. Pelos termos do Projeto de Lei 1.282/2020, as operações de crédito com risco para o Tesouro Nacional serão realizadas por bancos oficiais federais e de acordo com as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CNM). A medida agora será votada pela Câmara dos Deputados e então seguirá para sanção presidencial.

O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) visa fortalecer o segmento por meio da liberação de R$ 10,9 bilhões em operações de crédito do Tesouro Nacional e R$ 2,7 bilhões do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e Cooperativas de Crédito. Os recursos serão destinados às microempresas com faturamento anual de até R$ 4.800.000, com juros de 3,75%. O limite do crédito é de 50% da receita bruta de 2019, com carência de seis meses e prazo de pagamento de 36 meses. Ao empresário interessado será exigida apenas garantia pessoal. As empresas que tomarem os recursos ficarão impedidas de demitir trabalhadores por 60 dias.

Com informações da Agência Brasil, Nubank, Mutual e assessorias de imprensa

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