Por Edilma Rodrigues
The Clearing House (TCH) divulgou, nesta terça-feira (19), a Pesquisa Consumer Financial Apps and Data Privacy 2019, sobre os aplicativos financeiros usados por clientes estadunidenses e a privacidade de dados. Ela revela crescente desconexão entre o que os consumidores pensam que sabem sobre as práticas de coleta de dados financeiros e o que realmente sabem. Segundo o relatório do estudo, quando esses usuários percebem a extensão total de quais dados os apps acessam e como usam e compartilham essas informações, surgem dois grupos distintos: 53% dos usuários disseram estar menos propensos a usar os apps e 47% afirmaram continuar a usá-los de qualquer forma.
“Usuários mais jovens mais provavelmente vão continuar a usar apps, uma vez que atribuem um valor mais alto a uma experiência integrada. O motivo mais convincente para interromper o uso de aplicativos financeiros é a falta de responsabilidade dos aplicativos por violações de dados,” indica o relatório.
Apesar de 70% dos usuários confiarem que suas informações são privadas e seguras, eles não sabem quais dados são coletados
As conclusões do estudo de 2019 mostram que 54% dos clientes bancários nos Estados Unidos usam apps financeiros para ajudar a gerenciar seu dinheiro, e 70% deles confiam que suas informações são privadas e seguras. “No entanto, há um notável mal-entendido sobre quais dados são coletados e como são armazenados e compartilhados,” explica o comunicado da empresa à imprensa.
Este desconhecimento provavelmente se deve ao fato de essas informações estarem contidas nos termos e condições dos aplicativos, que a maioria dos usuários de aplicativos financeiros (79%) não leu. E muitos dos que afirmam ter lido relatam que não entendem o que leram. Apenas 11% dos usuários afirmaram ter lido todos os termos e condições e os ter entendido.
Entre os consumidores bancários que usam apps financeiros:
- Houve falta geral de conhecimento de quais dados são coletados – 80% não estão totalmente cientes de que os aplicativos ou terceiros podem armazenar seu nome de usuário e senha da conta bancária.
- Houve falta geral de conhecimento de quanto tempo os dados são acessados – apenas 21% sabem que os aplicativos financeiros têm acesso a seus dados até revogar o nome de usuário e a senha da conta bancária.
De acordo com o vice-presidente sênior de estratégia de produtos da TCH, Ben Isaacson, os aplicativos financeiros têm o potencial de fornecer benefícios significativos aos clientes, mas os mecanismos pelos quais eles obtêm o consentimento do consumidor são muito insuficientes. Nossa nova pesquisa reforça a necessidade de mais transparência, educação e controle para os consumidores, à medida que o uso de apps financeiros continua a crescer, assinala.
Entrevistados querem mais informações e controle
Os entrevistados expressaram forte apoio a terem mais informações sobre apps financeiros, mais controle sobre suas informações e outras etapas para aprimorar a privacidade e a segurança dos dados: 65% dos entrevistados apoiaram ações que exigiriam uma divulgação clara de quais dados os terceiros podem acessar e 59% desejam maneiras mais fáceis de controlar como os dados são acessados e usados.
A empresa informa que trabalha para expandir a conscientização do consumidor sobre como os aplicativos financeiros acessam, coletam, armazenam, usam e compartilham seus dados pessoais e financeiros como parte da iniciativa Connected Banking, cujo objetivo é facilitar a inovação e o controle do cliente e a troca segura de dados retidos pelos bancos.
Inicialmente, a TCH realizou a pesquisa sobre consumidores em 2018 e atualizou o questionário no terceiro trimestre de 2019 para obter uma nova visão sobre o que os consumidores entendem quando se trata de usar seus dados financeiros pessoais, coletar informações no atual cenário e como isto evoluiu, e fazer novas descobertas sobre a mentalidade dos consumidores nas intersecções entre finanças, conveniência, segurança e privacidade.
A Hall & Partners conduziu a pesquisa do terceiro trimestre de 2019 em nome da TCH entre 31 de julho e 14 de agosto de 2019. O estudo, feito online, consistia em uma amostra total de 3.967 consumidores bancários nos EUA – 1.999 usuários de aplicativos financeiros e 1.968 usuários de apps não financeiros.
Para mais informações: https://www.theclearinghouse.org/connected-banking/consumer-research
Com informações Clearing House
Tradução e adaptação: Edilma Rodrigues