- Organismo global de reguladores dos principais centros financeiros do mundo diz que os crescentes tentáculos das big techs levantam questões sobre estabilidade financeira e a privacidade de dados
- O Financial Stability Board – FSB – destaca que Microsoft, Baidu, Apple, Alibaba e Tencent, entre outros, têm bancos de dados enormes para armazenar movimentações de serviços financeiros
Google, Alibaba e outras big techs podem ser forçadas a compartilhar dados de clientes de serviços financeiros com bancos e empresas de tecnologia financeira para evitar concorrência desleal.
Enquanto o plano do Facebook para a sua stablecoin Libra enfrenta um escrutínio, um corpo global de reguladores dos principais centros financeiros do mundo assinala que o crescimento dos tentáculos das big techs levantam questões sobre a estabilidade financeira, concorrência e privacidade de dados.
O Financial Stability Board – FSB – fez uma chamada em um relatório divulgado no domingo (08) para o monitoramento vigilante da mudança das big techs em serviços financeiros, o que, segundo ele, poderia prejudicar a capacidade dos bancos de gerar capital por meio de lucros retidos.
Embora ainda sejam incipientes na maioria dos países, as big techs, em países como a China, disponibilizaram serviços financeiros a comunidades mal-atendidas, informa o relatório do FSB, que é presidido pelo governador do Federal Reserve, Randal Quarles.
O FSB disse que atores como Microsoft, Amazon, eBay, Baidu, Apple, Facebook e Tencent, possuem grandes bancos de dados, e alguns oferecem gestão de ativos, pagamentos e empréstimos.
Muitas big techs como Amazon, Facebook, eBay, Alipay e Google, obtiveram licenças relativas a pagamentos em países da União Europeia, incluindo Luxemburgo, Irlanda e Lituânia, embora a maioria ainda não tenha atingido grandes volumes.
Para banco europeus e de outros lugares já é necessário compartilhar dados de clientes com terceiros, como as fintechs, que querem oferecer serviços de pagamentos que concorrem com os dessas instituições, e este também pode ser o caso das big techs, avalia o FSB.
“A capacidade de as big techs alavancarem dados de clientes levanta a questão de saber se – e até que ponto – as autoridades poderiam considerar o potencial de promover a mobilidade de dados entre os vários atores envolvidos na prestação de serviços financeiros”, assinala a entidade. E assim ajudar a estimular a concorrência e garantir igualdade de condições entre os participantes do mercado.
Os reguladores também podem precisar replicar sua abordagem para seguradoras e gestores de ativos, ao focar em atividades que têm implicações para a estabilidade financeira, em vez de focar apenas no tamanho da empresa, considera o FSB.
1 N.T. – O FSB é um órgão internacional que monitora e faz recomendações sobre o sistema financeiro global. Foi estabelecido após a cúpula do G20 em Londres em abril de 2009 como sucessor do Fórum de Estabilidade Financeira. Fonte: Wikipedia
Fonte: South China Morning Post
Tradução e adaptação: Edilma Rodrigues