Como o open banking irá contribuir com o setor de varejo

Como o open banking irá contribuir com o setor de varejo

Assim que surgiram os primeiros rumores sobre o novo sistema que iria revolucionar a indústria financeira, o open banking, as instituições bancárias e as fintechs entraram em uma corrida para adaptar seus serviços e entregar soluções diferenciadas e com velocidade ao consumidor.

Na sequência, ocorreu movimento semelhante nas maiores redes de varejo, pagamentos e soluções. As empresas vislumbraram a oportunidade de ampliar o leque de serviços oferecidos para esse novo modelo de consumidor que quer novas experiências. 

Mas o que de fato irá mudar nas redes de varejo, quais serão os benefícios para essas empresas e como varejistas de pequeno, médio e grande porte podem se preparar? É isso o que você verá neste artigo.

Principais mudanças do Open Banking no varejo

O open banking tende a acelerar um movimento que vem ocorrendo: a financeirização. Hoje já é bastante comum grandes varejistas oferecerem serviços financeiros aos consumidores brasileiros, como cartões de marcas próprias e seguros variados. 

O que muda com o open banking é que essa gama de serviços financeiros, como o crédito e os seguros, será feita de maneira independente. Ou seja, sem a necessidade de um banco parceiro para a liquidação das operações.

Além disso, haverá abertura de mercado para os serviços financeiros que atualmente estão restritos às grandes varejistas. Pequenas e médias empresas também poderão ter uma fatia nessa grande oportunidade.

Quais são os benefícios para as empresas que aderirem ao Open Banking

Os serviços financeiros trazem hoje margem bastante representativa de lucro às grandes redes que têm acesso ao consumidor. Se o varejo tradicional atua com margens pequenas de lucro, em torno de 3 a 4%, essa margem triplica com a oferta de serviços financeiros como o crédito e os seguros.

Isso porque cadeias logísticas exigem alta complexidade, enquanto serviços financeiros podem ser prestados de maneira eficaz, automatizada e com proporção menor de custos fixos. Dessa forma, varejistas que adotarem o novo sistema ganham potencial de alavancar seu retorno financeiro e aumentar sua receita.

Além disso, o grande diferencial competitivo de uma empresa hoje é conhecer seu consumidor. E a exposição de dados proporcionada pelo open banking permite que as varejistas tenham acesso ao histórico financeiro do seu cliente. 

Assim, conseguem oferecer os produtos ideais, com maior valor agregado, no momento certo para o consumidor. Outro benefício é que esse leque de serviços financeiros, com spread menor, aproxima a empresa do consumidor, o empodera e potencializa seu poder de compra. Com crédito disponível, o cliente compra mais.

Como as varejistas podem se preparar?

Os serviços financeiros representam atualmente grande potencial de alavancar novas receitas para o varejista. As grandes empresas, com poder de escala, já têm usufruído dessa vantagem, mas agora podem criar seu próprio banco digital sem necessidade de uma instituição parceira para a liquidação das operações. 

Essa já é uma tendência no mercado, de consumidores que têm acesso a pagamentos e créditos a partir de aplicativos disponibilizados por grandes redes. Buscar conhecimento em tecnologia e mudar o manejo de dados é essencial.

Já para pequenas e médias varejistas, o desafio é um pouco maior porque há custos na construção da própria carteira. Mas há alternativas para usufruir dessa oportunidade de mercado: firmar parcerias com distribuidores ou se associar a atacadistas que possam oferecer essa conveniência dos serviços de pagamentos — por exemplo, shopping centers.

Open banking: vantagens aos consumidores, bancos e varejistas

O open banking é um modelo que promete flexibilidade e o chamado “ganho a ganho” em toda a cadeia. O consumidor se beneficia com oferta de novos serviços aos quais não tinha acesso e a varejista ganha em aumento de receita ao ofertar serviços financeiros e potencializar o poder de compra do consumidor.

Para as instituições financeiras, é a oportunidade de ter acesso a novos canais e a novos consumidores. Para se ter ideia, o Brasil tem hoje aproximadamente 60 milhões de pessoas desbancarizadas. E essas pessoas frequentam as redes físicas de varejo. 

Portanto, é uma janela de oportunidade de negócios. Mas também é fato que, em um cenário muito mais competitivo, se sobressaem aqueles que se adaptam às novas exigências do mercado e investem em soluções cada vez mais personalizáveis e adequadas aos consumidores. 

É preciso que instituições bancárias e varejistas tenham insights significativos e estratégias para crescimento de maneira sustentável.

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