Desde que os meios eletrônicos de pagamento começaram a ganhar relevância na economia mundial se criou uma dúvida: Será que algum dia o dinheiro deixará de ser usado? Para a maior parte dos especialistas a resposta é não, porém um país já começa a mudar esta percepção. Uma matéria publicada nesta semana pelo jornal The New York Times informou que mais da metade das agências dos maiores bancos da Suécia não possui nenhum dinheiro em estoque e nelas também não são aceitos depósitos em dinheiro.
Segundo a reportagem, as cédulas e moedas representam atualmente apenas 2% da economia do país, em comparação com 7,7% nos Estados Unidos e 10% na zona do euro. Em 2015, somente um quinto de todos os pagamentos de consumidores na Suécia foram feitos em dinheiro, em comparação com uma média de 75% no resto do mundo, de acordo com a Euromonitor International.
Somando quase 2,4 bilhões em transações de crédito e débito em 2013, os cartões são a forma preferida de pagar contas pelos suecos, mas eles também já sofrem ameaça de serem ultrapassados já que um número crescente de suecos usa aplicativos para o comércio cotidiano.
O fenômeno da adoção dos pagamentos eletrônicos na Suécia é tão intenso que tem chamado atenção das organizações de consumidores. Os mais preocupados alertam para uma ameaça crescente à privacidade e uma maior vulnerabilidade a crimes sofisticados pela internet. No ano passado, o número de casos de fraudes eletrônicas subiu para 140 mil, mais que o dobro de uma década atrás, segundo o Ministério da Justiça da Suécia.
No entanto, o texto informa que o governo sueco não tem procurado evitar a tendência. Isto porque ele também tem se beneficiado do fenômeno uma vez que a cobrança de impostos se tornou mais eficiente, já que as transações eletrônicas deixam um rastro; em países como a Grécia e Itália, onde o dinheiro ainda é muito utilizado, a evasão fiscal continua sendo um grande problema.