A cobertura das redes de credenciamento para aceitação de pagamento com cartões no Brasil teve um crescimento de 24,8 POS’s por mil habitantes em 2014 para 25,2 no ano passado. Esta foi a principal constatação de um estudo feito pela Boanerges e Cia., consultoria especializada em varejo financeiro, com base nas estatísticas de pagamentos de varejo e cartões, divulgadas pelo Banco Central do Brasil (BCB), no dia 6 de julho.
Segundo o Banco Central, o número de terminais POS em todo o Brasil atingiu 4,538 milhões em 2015, enquanto a quantidade de PDV’s atingiu 623 mil. Os números sugerem que a aceitação de cartões segue crescendo, a despeito da crise, mas a um ritmo menor (+1,7%) do que o observado em 2014 (+12,1%), 2013 (+4,8%) e 2012 (+15,6%), por exemplo.
O maior crescimento do número de maquininhas por mil habitantes em 2015 foi registrado em Rondônia (+13,3%), seguido por Mato Grosso (+12,1%) e Tocantins (+10,3%). Apesar disso, a maior aceitação em 2015 continuou registrada no Estado de São Paulo, onde há 38,5 maquininhas por mil habitantes enquanto a menor, foi o Maranhão, com apenas 8,2.
De acordo com a consultoria, a baixa renda aparece como um dos principais obstáculos para a expansão da aceitação dos cartões que trazem maior praticidade e segurança para consumidores e lojistas, além de facilitar a fiscalização e a arrecadação de impostos por parte da Receita Federal.
Segundo Vitor França, consultor da Boanerges & Cia. responsável pelo estudo, a renda está relacionada diretamente ao consumo e à bancarização. A população mais pobre, de maneira geral, tem menor acesso a produtos bancários, como cartões, por exemplo. Em regiões com menor renda, portanto, além de o consumo ser menor, menos consumidores utilizam cartão, o que desestimula o credenciamento de estabelecimentos.