As mudanças tecnológicas ocorridas nos últimos 20 anos redefiniram hábitos e, até mesmo, a nossa maneira de viver. Netflix, iPad, Instagram, Uber, WhatsApp, blockchain, Spotify e AirBnB simplesmente não existiam há dez anos. Há quinze anos não conhecíamos o Iphone, o Twitter, o Facebook e nem mesmo o YouTube.
As recentes inovações só foram possíveis pelo desenvolvimento de equipamentos mais sofisticados, pela popularização da internet e pela rápida evolução dos softwares que integram esses sistemas. A inteligência artificial (IA) é a fronteira a se conquistar nos próximos anos, com aplicações capazes de processar um enorme volume de dados (big data) e, a partir disso, identificar padrões, aprender e se adaptar.
Nos Estados Unidos aplicações de inteligência artificial já podem ser vistas nas ruas em carros autônomos ou até mesmo no controle de temperatura das residências, sempre aprendendo e se adaptando aos hábitos e preferências dos usuários. No setor financeiro, já começamos a conviver com as primeiras iniciativas desenvolvidas no Brasil, como, por exemplo, a BIA, a inteligência artificial do Bradesco, um projeto inovador de tecnologia cognitiva que já começa a fazer parte da rotina dos correntistas do banco.
No campo das finanças pessoais, sabemos que investir bem requer entender as características de cada modalidade de investimento, seus potenciais de ganho e os riscos envolvidos. Para construir uma carteira que tenha a melhor chance de atender aos objetivos do investidor também é preciso conhecer os riscos de crédito, de mercado, liquidez, regras de tributação e valores mínimos.
Os chamados robôs advisors estão se tornando cada vez mais populares por gerarem uma carteira de investimentos com uma experiência simples para o investidor. Robôs advisors são serviços de gerenciamento de portfólio automático que englobam uma interface, um modelo de otimização de carteira e um produto. A partir da captura do perfil de risco e do objetivo de investimento, os modelos oferecem uma solução otimizada em uma interface amigável.
No caso da Bradesco Asset Management (Bram), o modelo busca superar as abordagens tradicionais ao propiciar um tratamento sistemático ao conjunto dos riscos e dos fundamentos que se materializam em portfólios elaborados de forma quantitativa. O novo ambiente de juros baixos exigirá portfólios mais diversificados, construídos para reduzir os riscos por meio da alocação de recursos em diferentes classes de ativos, evitando concentração de risco e buscando hedges otimizados para carteira.
A diversificação com o chamado balanceamento dinâmico é uma estratégia de investimento que tende a ter melhor relação de risco e retorno seja qual for o perfil de risco. Combinamos a visão de mercado de gestores, com o resultado de algoritmos que determinam uma gestão eficiente de portfólios baseado em séries históricas de preços e volatilidades de ativos.
Ao mesmo tempo em que a inteligência artificial começa a ter um peso maior nas nossas atividades cotidianas, ela também começa a ocupar um espaço dentro do mundo dos investimentos. Estamos distantes de um gerenciamento de investimentos totalmente autônomo, pois a decisão de controle de alguns tipos de riscos ainda requer a interferência humana, mas já evoluímos o suficiente a ponto de termos uma gestão sistemática de portfólios gerenciada por diversos algoritmos cada dia mais complexos.
Fonte: Valor/Marcelo Nantes é gerente de renda variável na Bradesco Asset Management
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