BC seleciona nove projetos para o Real Digital

BC seleciona nove projetos para o Real Digital

Por Edilma Rodrigues

LIFT Challenge Real Digital, edição especial do LIFT (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas) para casos de uso de uma moeda digital emitida pelo Banco Central (BC), selecionou nove, dos 47 projetos de aplicações submetidos. Agora, os participantes escolhidos e o BC vão identificar as questões relevantes à implantação do Real Digital para debatê-las, aprofundar sua compreensão, amadurecer modelos de negócio baseados nessa tecnologia. E, assim, dar continuidade ao processo de criação de uma moeda digital que possa agregar funcionalidades aos sistemas de pagamento e liquidação.

De acordo com o BC, as 47 propostas, apresentados por 43 empresas do Brasil, Alemanha, Estados Unidos, Israel, México, Portugal, Reino Unido e Suécia, foram variadas, com aplicações de entrega contra pagamento (DvP), pagamento contra pagamento (PvP), internet das coisas (IoT), finanças descentralizadas (DeFi) e soluções de pagamentos quando tanto o pagador quanto o recebedor se encontram sem acesso à internet (dual offline).  

Em cada uma dessas categorias, escolhemos ao menos um projeto, buscando as propostas que pareceram ao comitê facilitar mais a compreensão dos requisitos que serão necessários para a plataforma do Real Digital que será desenvolvida para a fase de projetos piloto, explica Fabio Araujo, da Secretaria Executiva (Secre) do Banco Central. 

Propostas selecionadas

AAVE reúne recursos de vários poupadores (formando um pool de liquidez) com foco em oferecer empréstimo e garantir a aderência dessas operações às normas do sistema financeiro, empregando ferramentas de DeFi (finanças descentralizadas). 

A proposta do Banco Santander trata de DvP (entrega contra pagamento) e da conversão para o formato digital (tokenização) do direito de propriedade de veículos e imóveis. 

O projeto da Febraban se refere a DvP de ativos financeiros, que necessitarão ter funcionalidades diretamente ligadas à arquitetura de operação do Real Digital. 

A proposta apresentada pela Giesecke + Devrient, empresa com experiência no desenvolvimento e produção de tecnologias criptográficas voltadas a pagamentos, trabalho pagamentos dual offline (pagador e recebedor sem acesso à rede). 

O projeto do Itaú Unibanco trata de pagamentos internacionais, empregando método de PvP (pagamento contra pagamento) em uma aplicação com a Colômbia. 

Mercado Bitcoin se associou à Fundação CPQD e à Bitrust para trazer um caso de uso de DvP de ativos nativamente digitais, com foco em criptoativos. A proposta complementa as propostas do Santander e da Febraban, agregando às opções de potenciais ativos a serem negociados em uma plataforma baseada no Real Digital: ativos reais, ativos financeiros e criptoativos. 

A proposta da Tecban combina elementos de DvP a uma solução de IoT (internet das coisas) para oferecer uma solução de logística, em um sistema potencialmente aberto de pagamentos e entrega, em que diferentes plataformas de e-commerce poderão ter acesso a pontos seguros de entrega.

A associação da Vert à Digital Asset, com o suporte da Oliver Wyman, trata de financiamento rural baseado em um ativo tokenizado programável com valor atrelado ao do Real (stablecoin do Real). 

Com objetivo similar de garantir a fluidez e a adequada utilização de recursos de financiamento, a Visa, associada à Consensys e à Microsoft, traz uma proposta que busca demonstrar como uma plataforma de DeFi regulamentada pode ser projetada para permitir que PMEs brasileiras interajam com o mercado financeiro global para obter propostas de financiamentos competitivos, em uma plataforma aberta.

O LIFT Challenge Real Digital é um ambiente colaborativo realizado pela Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), em parceria com o Banco Central. Seu objetivo é identificar as características fundamentais de uma infraestrutura para o Real Digital. Essa infraestrutura poderá dar suporte aos casos de usos apresentados que estejam maduros e que tragam valor para a sociedade brasileira. 

Fonte: Banco Central

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