A chegada do mês de junho traz o fim da exigibilidade adicional sobre depósitos de poupança, uma espécie de recolhimento compulsório de dinheiro que os bancos precisam manter no Banco Central. A medida foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na semana passada e faz parte dos esforços da Agenda BC+ para reduzir o custo do crédito no Brasil.
Em comunicado à imprensa o Banco Central explica que quando um correntista deposita na poupança um determinado valor, a instituição financeira tem de manter um percentual no BC, paralisado. Esse percentual é chamado de encaixe obrigatório e corresponde a 24,5% do valor aplicado para a poupança imobiliária e a 15,5% para a poupança rural. Com a exigibilidade adicional, outros 5,5% desses depósitos também deveriam ser mantidos no Banco Central. Esses recolhimentos ajudam o BC a controlar a quantidade de dinheiro em circulação na economia e, com isso, a combater a inflação.
A nota informa que os bancos têm que calcular os valores exigidos, encaminhar as informações para o BC e depois verificar se o compulsório foi recolhido corretamente e dentro dos prazos. “Esse trabalho será eliminado para a exigibilidade adicional”, explica o chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos, Flávio Túlio.
Segundo ele, o cidadão não deve sentir os impactos das mudanças imediatamente, mas, como as alterações representam uma redução nos custos de observância das instituições financeiras, o Banco Central acredita que elas possam se traduzir em redução nas taxas de juros finais.
“Uma vez que os bancos tenham menos gastos, é esperado que eles possam repassar essa redução para as taxas de juros dos empréstimos que realizam”, finaliza.