O Banco Central (BC) anunciou terça-feira (24) a simplificação das regras para o cumprimento do compulsório, que é a parcela de valores que os bancos são obrigados a recolher à autoridade monetária. De acordo com o órgão, as mudanças não alterarão a quantidade de dinheiro em circulação na economia, apenas reduzirão os custos administrativos dos bancos. O objetivo principal é a diminuição do custo do crédito no médio e no longo prazo.
Uma das medidas é a unificação das deduções, parcela que pode ser abatida dos compulsórios. As cerca de 15 deduções existentes atualmente serão unificadas em um valor único equivalente à soma de todas elas no fim de janeiro. Essas deduções serão gradualmente reduzidas para 50% do valor apurado até o fim de 2018, 30% até o fim de 2019 e zeradas a partir de janeiro de 2020.
De acordo com o diretor de Política Monetária do BC, Reinaldo Le Grazie, o mecanismo perdeu a importância ao longo do tempo. Ele explica que o sistema passou a ser adotado a partir de 2009 para estimular o crédito.
Segundo ele, as deduções dos compulsórios permitem aos bancos deixar de recolher parte do exigido em casos como compra de carteira de crédito de bancos menores por bancos maiores e financiamentos de veículos, de motocicletas e de capital de giro. “Essas medidas foram importantes à sua época, mas perderam a efetividade com o passar do tempo. Hoje, existe uma complexidade para que as instituições façam o controle sobre cada tipo de dedução. O objetivo é a simplificação com redução do custo de observância dos dados”, disse Le Grazie. A mudança no cálculo da dedução entrará em vigor em 3 de fevereiro.