Com o apoio da alta capilaridade e da oferta de taxas mais competitivas num momento de juros em níveis recordes, as cooperativas de crédito brasileiras tiveram crescimento dos financiamentos em ritmo superior ao do sistema bancário do país em 2015, segundo reportagem do portal Exame.
O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), por exemplo, maior instituição do país no setor, com cerca de 3,2 milhões de sócios, fechou o ano passado com R$ 34,7 bilhões em crédito, alta de 9,2 % sobre 2014. Também com mais de 3 milhões de cooperados, o Sicredi viu sua carteira subir 8,1 % no período, a R$ 30,6 bilhões.
O estoque de crédito do sistema financeiro do país subiu 6,6% em 2015, pior evolução da série histórica iniciada em 2007 pelo Banco Central. Se considerado apenas o crédito livre, que desconsidera os financiamentos direcionados, como para habitação e rural, o avanço foi ainda menor, de 3,7%.
Diante da retração no setor bancário, as cooperativas estão aproveitando para expandir a oferta de serviços financeiros, incluindo cartões de crédito, consórcios, previdência e seguros.
Dado o relacionamento mais próximo com os tomadores em relação ao que ocorre na média do setor bancário, as cooperativas também têm conseguido manter níveis de calotes inferiores aos dos bancos de varejo, embora também tenham piorado com a recessão do país.
No Sicoob, o índice de inadimplência acima de 90 dias, subiu de 1,7% para 2,5% no ano passado. No Sicredi, o índice passou de 1,99% para 2,4%. A média do sistema financeiro do país era de 3,4% no fim de 2015.