Fraudes e golpes financeiros também foram discutidos pela CPI da Alesp
Essa semana, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) lançou uma campanha nacional intitulada “Tem Cara de Golpe”. A ação tem como objetivo alertar e orientar a população quanto à prevenção de fraudes, fornecendo informações e dicas sobre os principais golpes atualmente em circulação no mercado, como o do falso motoboy, das trocas de cartão, dos pedidos de dinheiro pelo WhatsApp, e da “falsa central”. A iniciativa da ABBC conta com o apoio de mais de 60 instituições associadas.
“Com a campanha ‘Tem Cara de Golpe’, reforçamos nosso compromisso em disseminar o conhecimento para que a população possa identificar os principais golpes financeiros que ameaçam a nossa sociedade”, diz a presidente da ABBC, Sílvia Scorsato.
No site oficial da campanha “Tem Cara de Golpe”, estão descritos os 11 tipos de fraudes mais comuns, além de serem detalhadas as principais estratégias de prevenção a golpes financeiros. O portal conta ainda com materiais educativos, como vídeos, orientações sobre como agir caso as pessoas sejam vítimas, além de perguntas e respostas com as dúvidas mais frequentes sobre o tema “fraude” e ainda um teste, em formato de “quiz”, para ajudar os usuários a avaliarem seu nível de vulnerabilidade aos golpes.
Golpes sofisticados
Segundo uma pesquisa conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), no ano passado, mais de 8 milhões de pessoas foram vítimas de golpes financeiros. Para Fábio Fekete de Noronha, coordenador da Comissão de Prevenção a Fraudes e do GT da ABBC – Ações de Conscientização sobre Golpes e Fraudes, e especialista em segurança digital do Sicredi, a conscientização da população é um dos principais recursos para que este número deixe de subir.
De acordo com Noronha, os golpes estão se tornando cada vez mais sofisticados, o que tem sido combatido pelas instituições financeiras com investimentos robustos em tecnologia e equipes de combate e monitoramento, bem como com informações didáticas e atualizadas à sociedade para aumentar sua consciência preventiva. “Os golpistas hoje estão se especializando em técnicas de engenharia social para convencer os clientes a compartilharem voluntariamente seus dados sensíveis ou realizarem transações indevidas”, afirma.
Alesp
Ainda essa semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado de S. Paulo (Alesp) responsável por investigar golpes realizados em transferências via Pix e clonagem de cartões, recebeu o advogado Pedro Ivo Gricoli Iokoi para falar sobre as principais características dos golpes e como diferenciá-los.
De acordo com o advogado, a maior diferença para o sistema de cartão é que o pix não tem nenhum intermediário bancário, não há ninguém que garanta a segurança financeira da transação, sendo que o prejuízo é inteiro da vítima. “No sistema de cartões, entretanto, existe o arranjo de pagamentos. O banco é o emissor por meio de um sistema de royalties e, no final da transferência, há um estabelecimento comercial. Quem acaba com prejuízos são esses dois estabelecimentos, não o consumidor, mas ainda assim os golpes de clonagem são comuns e devem ser impedidos”, constatou.
Após a apresentação, o deputado estadual Itamar Borges, presidente da CPI, projetou a conclusão do trabalho do grupo com a criação de novas proposituras e medidas para contribuir diretamente no enfrentamento dos crimes. “As penas para esses golpes não competem a nós, mas sim a órgãos de esfera federal, por isso, vamos fazer nosso papel e esperar uma ação em conjunto com outros poderes”, disse.