Por Edilma Rodrigues
Lei idealizada pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele, instituiu o bitcoin como moeda oficial, em 2021, quando o país se tornou a primeira nação no mundo a fazer esta opção. Desde então, El Salvador enfrenta muitas dificuldades, principalmente, em decorrência da forte desvalorização do criptoativo. Há, inclusive, rumores de que Bukele revogue a lei em breve, muito por conta da pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que aponta riscos à estabilidade financeira.
A situação econômica de El Salvador, que acumula dívidas, é difícil. Como forma de ajudar o país, nesta quarta-feira (14), a Bitfinex, corretora cripto, disse que vai doar 36 bitcoins e US $600 mil Tether Dólar (USDt) para ajudar pequenas empresas e comunidades no país.
No entanto, estudo do criptobanco Monnos identificou que 75% dos salvadorenhos entrevistados aprovam o bitcoin como moeda legal. Segundo o banco, os 25% que não aceitam o status da criptomoeda fazem uma “incômoda” associação do bitcoin ao atual presidente.
O estudo
Uma equipe de especialistas do banco foi até o El Salvador averiguar a experiência dos cidadãos e dos comerciantes com a criptomoeda. Uma das descobertas do estudo, que aplicou testes de uso e entrevistas em 68 pontos de vendas diferentes, é que a popularidade cripto trouxe visibilidade a El Salvador, mas programas de educação financeira são necessários.
De acordo com o fundador da Monnos, Rodrigo Soeiro, as mudanças que ocorreram em El Salvador podem ser notadas rapidamente. “Primeiramente, é nítido aumento da visibilidade global do país, atraindo principalmente os chamados ‘crypto lovers’, pessoas que vêm ao país para conhecer e entender o movimento econômico que está ocorrendo. O próprio governo de El Salvador identificou isso ao planejar o projeto Bitcoin City, que visa transformar a nação em uma Las Vegas da criptoeconomia”, explica.
Cinco descobertas do estudo
O resultado da pesquisa foi um diagnóstico dividido em cinco pontos diferentes. O primeiro foi um ganho na difusão cripto – toda a nação sabe o que é bitcoin. Independentemente do nível de conhecimento, grande parte da população está minimamente familiarizada com esse universo.
O segundo ponto é uma incômoda associação do bitcoin como moeda legal ao atual presidente. Assim, 25% da população entrevistada, que o rejeitam, não aceitam a moeda.
O terceiro ponto é a necessidade de educação financeira, principalmente sobre os benefícios do uso do bitcoin por parte dos comerciantes. “Em algumas entrevistas, os donos dos estabelecimentos comerciais não aceitavam pagamentos em bitcoin, mas estavam indignados em ter que pagar 5% às bandeiras de cartão de crédito. Isso, sem saber que, no caso de cripto, não haveria essa taxa, algo que os espantou quando colocamos essa informação”, comenta Soeiro.
O quarto ponto identificou que em locais turísticos, a adoção de cripto foi natural. Quase todos os “gringos” pagam com as criptomoedas, afinal, elimina-se uma gama enorme de intermediações, o que, segundo apontado pelos entrevistados, faz com que gastem ainda mais;
O último ponto é a segurança contra volatilidade. Há rumores de que o comerciante, após as transações com cripto, estaria exposto à volatilidade do ativo, mas há uma função de conversão automática para dólar na carteira local, a Chivo Wallet, que evita problemas em casos de desvalorização.
Soeiro conclui que El Salvador não poderia estar num caminho melhor, principalmente por ter escolhido a criptoeconomia para expor ao mundo todo seu potencial como nação. “Faço um apelo a todos os players de cripto: que participem, estejam presentes, proporcionem o que puderem para que a El Salvador concretize o que se propõe, lá está a oportunidade que todos queremos de mostrar ao mundo a real transformação que cripto pode trazer.”
Com informações da assessoria de imprensa