Virtualização, automação e outras transformações na infraestrutura de serviços de conectividade são imprescindíveis para aproveitar as oportunidades de ofertas de maior valor agregado pelas operadoras de telecomunicações. “Temos que passar por uma revolução digital para suportar IoT e outras aplicações que exigem um tratamento inteligente dos dispositivos de acesso, do tráfego e dos serviços da rede”, disse Carlos Alberto Camardella, consultor de engenharia da diretoria de evolução tecnológica da Embratel, na palestra 5G – Pilar para a Transformação Exponencial, no CIAB 2018.
Rodrigo Uchoa, diretor de negócios para Transformação Digital da Cisco e palestrante na mesma sessão, avalia que a oferta de serviços sobre redes 5G ainda leve uns quatro anos para acontecer no Brasil. “O 5G não deixa de ser uma evolução em termos de largura de banda e densidade. Mas também é uma revolução. O 5G foi pensado para permitir aplicações que não são possíveis nas redes móveis de hoje, como controle de drones, realidade vitual ou aumentada em tempo real, ou carro conectado”, disse.
Além de multiplicar a capacidade a até 20 Gbps, outra característica da rede 5G é a baixa latência, algo fundamental para aplicações críticas como automação urbana ou carros conectados. Uchoa salienta, contudo, que os serviços de telecomunicações passam a agregar funcionalidades customizadas às aplicações. “As operadoras deixam de ficar restritas à oferta de capacidade e passam a criar serviços para suportar computação distribuída”, menciona. “Para ter a competitividade e a agilidade das OTTs (over the top, empresas de aplicações sobre a rede), a infraestrutura tem que ser baseada em software, programável e automatizada.
Camaradella destaca que a combinação de 5G, IoT com as técnicas de virtualização e gerenciamento em alto nível vão implicar a transformação de diversos processos em várias indústrias. “Com uma visão granular da rede e facilidades de configuração em tempo real, o fornecedor de energia pode manobrar as cargas no circuito da rua ou da residência; ou a transportadora pode refazer a rota com base em boletins de tráfego, condições da estrada ou meteorologia”, exemplifica.